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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Redução da carga tributária provoca divergências entre economistas



A divulgação pela Receita Federal da carga tributária bruta do País em 2009 gerou opiniões divergentes sobre o assunto entre os especialistas brasileiros.


Para o economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, por exemplo, a queda na carga do ano passado, de 0,83 ponto percentual em relação a 2008, para 33,58% do PIB (Produto Interno bruto), se deve ao desaquecimento da economia, por conta da crise financeira internacional. Salto ainda acredita na possibilidade de o indicador em 2010 chegar a 35% do PIB.

Segundo ele, em anos de crescimento, a arrecadação tributária costuma aumentar mais intensamente que a atividade econômica. “Para cada 1% de aumento na economia, a arrecadação aumenta de 1,3% a 1,5%”, explica, conforme publicado pela Agência Brasil.

Por isso, defende o economista, somente uma reforma tributária acompanhada da redução dos gastos públicos seria eficaz para diminuir o peso dos impostos na economia.

Contrapontos

Opinião diferente tem a economista Eliana Graça, do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), cuja defesa é apoiada na distribuição justa da cobrança de impostos e não na discussão sobre a carga tributária. O País, em sua avaliação, poderia avançar rumo a um sistema tributário mais justo, mesmo que o peso dos impostos sobre a economia fosse mantido.

“Muito mais preocupante que discutir a redução da carga é discutir a forma como ela é cobrada. Atualmente, o Estado é financiado pelos assalariados e pelos pobres”, disse.

De acordo com os números divulgados pela Receita Federal, 72,8% dos tributos pagos no Brasil são cobrados sobre bens, serviços e folha de salários e 23,8% têm origem na tributação sobre a renda e a propriedade. A média internacional, segundo a própria Receita, é de 56,3% para bens, serviços e folha salarial e de 42,8% para as demais categorias.

“A diferença é que um real pago em imposto pesa mais para quem ganha menos”, explica Graça. Já a tributação sobre a folha salarial pune, principalmente, os trabalhadores formais.

Segundo os dados do Inesc, uma família com renda de até dois salários mínimos compromete até 48% do que ganha com o pagamento de impostos.

“A cobrança não é feita de forma direta e está embutida nos preços dos produtos que o contribuinte compra”, destacou Eliana Graça. Para quem ganha acima de 30 salários mínimos, a carga tributária é de 26%.



Fonte: InfoMoney

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