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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Aumento de salários é risco para estabilidade da inflação, diz BC


O Banco Central (BC) alertou pela primeira vez que o forte desempenho do mercado de trabalho com baixo índice de desemprego, atualmente em 6,7%, tem elevado a pressão de diversas categoriais de trabalhadores por aumentos salariais com ganho real acima da inflação. Esse quadro, segundo o BC, representa um risco ao cenário econômico já que pode haver um aumento generalizado de preços nos próximos meses.


Segundo a autoridade monetária, o nível de emprego tem crescido de forma vigorosa, e atingiu a mais baixa taxa de desemprego desde o início da série histórica, em março de 2002. "O rendimento médio real, depois de oscilar ao longo de 2009, tem crescido desde o início do ano. O risco nessas situações é o de que o aquecimento no mercado de trabalho leve à concessão de aumentos nominais dos salários em níveis não compatíveis com o crescimento da produtividade, o que, em ambiente de demanda aquecida, tendem a ser repassados aos preços ao consumidor", cita o BC no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira.

O presidente interino da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, já havia manifestado essa semana a preocupação com o avanço dos ganhos salariais, que neste ano registram índices de reajuste acima de 10% para várias categorias profissionais. "Como a inflação está em 4,5%, isso representa um ganho real de 5%."

Para o economista Homero de Azevedo Guizzo, da consultoria LCA, o Banco Central tem como meta manter a inflação sob controle e o baixo desemprego tem contribuído para pressionar a alta dos salários para níveis acima da capacidade de produção em alguns setores. “Desemprego baixo é saudável para a economia, mas o atual nível tem ampliado as pressões por aumentos. Em alguns casos, essa apreciação da remuneração pode ser repassado para os preços, estimular a inflação e alimentar uma nova pressão por aumentos de salários, tendo um impacto direto no avanço da inflação”, disse.

Ontem os sindicatos dos bancários em todo o País decidiram entrar em greve nacional por tempo indeterminado. A categoria reúne 470 mil bancários em todo o Brasil ligados a 130 sindicatos e pleiteiam 11% de reajuste, além de aumento na participação sobre os lucros, entre outras reivindicações.

O presidente da Força Sindical, Miguel Eduardo Torres, discorda da visão apresentada pelo Banco Central. Segundo ele, a questão dos aumentos salariais não representa risco para a economia e vai ajudar a manter o ritmo de crescimento do País. “A visão do BC é muito conservadora. O Brasil conseguiu atravessar a crise com resultados positivos porque houve entre outros aspectos, aumento do salário mínimo e recuperação do poder de compra em diversos setores. Houve expansão do consumo e pressão por aumento da produção beneficiando também os empresários”, disse o sindicalista.

Fonte: iG São Paulo

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