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terça-feira, 19 de abril de 2011

Consumidores não notam a diferença entre vinhos mais baratos e os caros



De acordo com uma pesquisa feita na Escócia, os consumidores têm dificuldades de perceber diferenças no gosto de um vinho barato e de outro caro. O experimento foi realizado com mais de 400 pessoas que degustaram às escuras bebidas durante o Festival Internacional de Ciência e o acerto ficou na casa dos 50%.




"Os resultados são notáveis", afirmou o psicólogo da Universidade de Hertfordshire, Richard Wiseman. "Nestes tempos de dificuldade financeira a mensagem é clara: os vinhos baratos que nós testamos têm o mesmo sabor que seus semelhantes mais caros".



As bebidas mais em conta custavam menos do que 5 libras (R$ 12,85)*, enquanto que os que tinham preço mais elevado custavam entre 10 e 30 libras (R$ 25,70 e R$ 77,11)*. Os pesquisadores ofereceram vinhos tintos e brancos de vários países, incluindo Sauvignon, Blanc, La Rioja, Claret e Champagne.



"É normal as pessoas não identificarem a diferença", salienta o sommelier da Grand Cru Importadora, Fabiano Aurélio. Ele explica que a Escócia, assim como o Brasil, não é um país com tradição de produzir vinhos. Por isso, os moradores não desenvolvem uma cultura de degustar e aprimorar o paladar. "É uma questão de educação no mundo do vinho", diz.



O consumo de vinhos mais caros – existem garrafas que custam mais da R$ 1.000 – tem a ver com o gosto do consumidor e também com o bolso, lembra Aurélio. Afinal, não são todas as pessoas que estão dispostas a gastar muito dinheiro com a bebida, até porque, não percebem suas vantagens.



A experiência de um vinho mais caro

Mas, o que eleva o preço de um vinho? De acordo com Aurélio, existem diversos fatores: a tradição, o local onde é feito, a quantidade do mesmo vinho, o prestígio do produtor, a seleção rigorosa das uvas, o melhor vinhedo, o tipo de barrica etc. Ele explica que os vinhos mais caros costumam ser mais concentrados, com corpo maior e aroma mais intenso.



Por exemplo, o consumidor leigo que adquire aqui no Brasil um vinho mais barato do Novo Mundo (Chile, Argentina ou Austrália), por cerca R$ 30, terá uma "experiência mais ligeira e sem muitas pretensões", caracteriza Aurélio.



Porém, se essa mesma pessoa resolve comprar um vinho da mesma vinícula, mas que custa R$ 200, ela vai encontrar uma bebida mais "difícil de entender". "O consumidor não está preparado para tomar e vai gostar mais do outro vinho, o mais simples", explica o sommelier.



É a mesma coisa que acontece com dois vinhos produzidos no sul da França. O Côte-Rôtie é uma bebida mais tradicional, muito aromática e difícil de entender. Já o Côtes-du-Rhône é mais fácil, leve e o consumidor leigo tende a gostar mais.



Degustando um vinho mais em conta

Aurélio lembra que o Brasil possui uma diversidade enorme de produtos no mercado, por ser um dos maiores importadores de vinho do mundo. E com essa variedade, os preços ficam mais em conta.



Assim, a aquisição de uma bebida que custa entre R$ 30 e R$ 80 oferecerá uma ótima experiência ao consumidor. "Você encontra produtos interessantes, que se aproximam de bons vinhos que custam mais de R$ 200", aponta.



Outra vantagem do País ser importador de vinho é que a variedade permite ao consumidor conhecer muito, pois facilmente ele encontra uma carta com produtos de diferentes lugares. Não é o que acontece em Bordeaux, na França, onde eles são produtores da bebida e o vinho mais encontrado é o do tipo Bordeaux. "Por termos variedade, dá para aprender muito", incita Aurélio.



* Os valores foram convertidos de acordo com as cotações de sexta-feira, 14 de abril

Fonte: InfoMoney

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