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sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Conheça 10 motivos para se comprar (ou não) ações de mineradoras
Retornando a níveis de exportação anteriores à crise de 2008, o setor de mineração no Brasil vive atualmente um bom momento, por causa da mistura entre forte demanda, principalmente vinda da China, e altos preços, influenciados pelo domínio do mercado exercido pelas três maiores empresas que controlam os reajustes: Vale (VALE3, VALE5), e as anglo-australianas BHP Billiton e Rio Tinto.
Em agosto, foram 32,47 milhões de toneladas da commodity vendidas por empresas nacionais ao exterior, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior. Não se exportava tanto desde maio de 2008. As taxas a que são vendidas os produtos, por sua vez, ultrapassaram marcas históricas durante este ano, desde fevereiro, e hoje vivem certa estabilidade.
Entre as empresas que têm negócios com mineração no Brasil, estão a própria Vale, que é a maior produtora de ferro do mundo, e a MMX (MMXM3), que ainda se encontra em situação inicial de operações. As siderúrgicas, no entanto, também se aventuram pela área, para tentar suprir sua própria necessidade de minério – como a CSN (CSNA3), a Gerdau (GGBR4) e a Usiminas (USIM5). Confira 10 motivos para se investir (ou não) em ações de mineração:
1 – Comprar: preço do minério de ferro
Com as altas históricas dos preços, o minério de ferro é hoje um grande atrativo para as empresas ligadas ao setor, como uma fonte de receitas forte. Segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), a tonelada métrica seca foi negociada a US$ 172 em julho deste ano, contra US$ 105 em dezembro do ano passado.
No curto prazo, essas taxas não devem mostrar uma tendência de queda. Ricardo Borges, diretor da Projeção Consultoria, acredita que outros minérios, como o ouro, também não tendem a se desvalorizar, principalmente por causa do cenário externo. “Os grandes investidores estão inseguros com os títulos dos Estados Unidos e da Europa, e procuram ativos de maior liquidez”, afirma. O ouro é um desses, registrando rendimento de 7,46% em contratos da BM&F (Bolsa de Mercados e Futuros) durante agosto.
2 – Não comprar: estoque chinês
Como a China é o país que mais compra minérios para sua indústria, grande parte da alta demanda pelo mundo vem de lá. Segundo um analista, o mercado, no entanto, acredita que nos últimos meses, por causa do avanço nas taxas, os chineses vêm praticando contratos de maiores quantidades, estocando, por exemplo, o ferro.
Caso a crise atual se confirme e a economia entre no segundo mergulho à recessão, é possível que o setor seja duramente afetado. A maior fonte de receitas provavelmente deixaria de trazer caixa às mineradoras brasileiras – e também internacionais.
3 – Não comprar: siderúrgicas
Entre as siderúrgicas, a que mais tem participações em mineração é a CSN. Apesar da tentativa de deixar de depender das importações, por exemplo, hoje, além de a proporção em relação aos outros negócios ainda não ser tão relevante, o mercado de aço não está em seu melhor momento.
“Na mineração, elas são pouco competitivas, e, neste caso, na verdade o alto preço do ferro, por exemplo, atrapalha”, diz Borges. A recomendação do analista de mercado, portanto, é de que o investidor que busca alocar suas aplicações no setor fique longe das siderúrgicas.
4 – Comprar: Vale está bem descontada na bolsa
Ao se escolher as empresas com negócios focados nos minérios com ações listadas na BM&F Bovespa, há duas grandes opções: Vale e MMX. Sem resultados muito relevantes, e ainda figurando como uma promessa, a companhia de Eike Batista perde em muito nas seleções de analistas.
Jonathan Brandt, do HSBC, vê o desconto atualmente nos papéis da Vale como injustificado, o que direciona a uma valorização no médio prazo. Até o último dia de agosto, a desvalorização foi de 14,10% durante 2011. O P/L fixado pela corretora até o fim do ano é de 5,9x. Borges vê essa proporção entre o preço das ações e o lucro da empresa mais próximo de 4x. “Considerando o atual movimento de queda da Selic, o rendimento mostra que está barata”, afirma o diretor da Projeções.
5 – Não comprar: tendência é para mercado interno
Considerando-se investimentos a curto prazo, a aversão ao risco de ativos ligados ao exterior e o cenário de baixa na taxa de juros brasileira deve fazer com que as mais beneficiadas da bolsa sejam ações do mercado interno. “Não é um bom momento para se investir em papéis ligados a commodities em geral”, explica Marcelo Varejão, da Socopa.
6 – Não comprar: invista direto no minério
Para Ricardo Borges, nem sempre a alta das commodities em contratos pelo mercado financeiro se refletem em ganhos para investidores das empresas que lidam com o setor. Se a busca é por rentabilidade relacionada às matérias-primas, o melhor seria partir para os derivativos. “Aplique diretamente no minério”, finaliza.
7 – Comprar: demanda não deve mudar no longo prazo
A Rio Tinto declarou recentemente que espera a demanda pelo minério de ferro dobrando no mundo todo, para os próximos oito anos. Então, mesmo que os mercados mundiais entre em uma nova rodada da crise, no longo prazo, essa procura não deve mudar consistentemente. O diretor da Projeções compartilha dessa opinião: “deve haver estabilidade no médio prazo e um aumento no longo prazo”.
8 – Não comprar: se houver recessão, o setor perde
“Um fator bastante negativo para as ações do setor seria no caso de uma depressão profunda”, diz o especialista da Socopa. Nesse cenário, as empresas venderiam menos e acumulariam mais estoques. O preço do minério de ferro cairia, mas, mesmo assim, outras commodities do tipo seriam a salvaguarda do mercado no momento em que os grandes mercados estariam totalmente avessos ao risco, o que elevaria seus preços.
9 – Não comprar: MMX, a incógnita
Apesar do anúncio recente de que a SRK Consulting subiu as projeções em relação aos recursos minerais presentes em empreendimentos da MMX, de Eike Batista, o mercado ainda desconfia do sucesso da empresa. “Ela é uma incógnita, ainda pode ou não vir a ser uma boa empresa”, diz Ricardo Borges. As ações já recuaram quase 30% em 2011, contra uma queda próxima a 15% do Ibovespa.
10 – Comprar: investidor de longo prazo
Caso o investidor seja daqueles que pensam em aplicações para o longo prazo, apostar nas ações de mineradoras pode ser um bom negócio. Novamente, a Vale aparece como a preferida para Varejão, da Socopa. “Deve-se investir, sim, no setor, se o pensamento for de médio a longo prazo”, analisa.
Caso o real se desvalorize frente ao dólar, os ganhos para as exportadoras de commodities, então, deve ser ainda maior. E esse resultado nas margens operacionais deve se refletir na bolsa.
Fonte: InfoMoney
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