O
consumidor tem sua alma infantil respeitada especialmente nas festas de fim de
ano. O ambiente festivo que lojistas, agências de publicidade, promotores de
eventos, gestores de redes e de shoppings ajudam a criar é, acredito, a maneira
intuitiva de nos vincularmos com a alma infantil da clientela.
Depois das festas de fim de ano, chega o ano novo e a seriedade
volta a imperar. Aquela euforia que era a marca registrada dos lojistas e a
alegria com que um produto novo era apresentado para os clientes ficam lá no
ano anterior.
E muitos empreendedores iniciam seus planos para o ano. As
reuniões são tão sisudas que dão sono. Todos têm mais ou menos as mesmas ideias
que são apresentadas com a objetividade que caracterizam os executivos e
executivas preocupados com custo/benefício, lucro, negociação com fornecedor,
logística. Propostas importantes. Necessárias, mas tristinhas, que tira o humor
de toda a cadeia produtiva.
Talvez fosse o momento de tentarmos respeitar as almas infantis
de nossos consumidores. De maneira permanente. O ano inteiro. Desde quando nos
concentramos para criar uma mercadoria ou serviço até quando os recebemos em
nossas empresas, lojas ou os atendemos pela internet.
Aproveite essa época do ano quando a pressão das reuniões
executivas relaxa um pouco e tente interagir com seus filhos e netos. Eu tenho
sorte. Do meu filho Graciliano e sua mulher Maristela, tenho o Pedro Henrique,
a Bianca, a Letícia, o Daniel e o Samuel, todos adotados, todos irmãos e irmãs
com idades entre 9 e 2 anos. Do meu filho Leandro e de sua mulher Mariana,
temos a Manuela, com quase dois anos.
Nessa virada de ano enquanto muitos conhecidos foram para o
Tibete atrás de iluminação, eu me lambuzei de criancices, de pontos de vista
surpreendentes, de improvisações inesperadas. Saí da esfrega exausto, mas um
pouco mais sábio. E quem sabe até um pouquinho mais iluminado.
E assimilei na convivência com crianças que amamos
incondicionalmente que a criatividade é uma criança. Pois enquanto crescemos
reinventamos o mundo, perguntamos o óbvio de novo, arrancamos respostas novas
de problemas aparentemente solucionados para sempre.
Mas só experimentamos a alegria de ter nossa alma infantil bem
tratada no Natal e no Ano Novo. Passam as festas e começam as preocupações e as
chatices do próximo ano. Que tem um respiro infantil no Carnaval e depois
dá-lhe projeto, propostas de venda, propaganda feita para adultos calculistas e
racionais ao extremo.
Quem sabe, a partir de 2015, assumimos e resgatemos as almas
infantis que garantem o sucesso dos aparelhos comandados por suas telas
inteligentes, com designs que nos remetem a sonhos de uma noite de verão, que
nos convidam a brincar em vez de só utilizá-los? Quem sabe, mais infantis, nos
tornemos até mesmo mais sábios e melhores gestores de nossos negócios?
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