O
governo federal limitou os gastos não obrigatórios por mês em 1/18 por mês do
valor no projeto de lei orçamentária, medida que gerará economia adicional de
1,9 bilhão de reais mensais e em mais um sinal de que pretende tornar a
política fiscal mais rígida para resgatar a confiança dos agentes econômicos.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta
quinta-feira por meio do Decreto 8.389. Até então, o governo poderia
desembolsar até 1/12 dos orçamento mensalmente e a nova restrição valerá até que
o Projeto de Lei Orçamentária seja aprovada pelo Legislativo.
"Essa medida se faz necessária frente às incertezas sobre a
evolução da economia, o cenário fiscal e o calendário do Poder Legislativo, que
só retomará suas atividades a partir de fevereiro", explicou o Ministério
do Planejamento em nota.
Na última terça-feira, uma fonte do governo adiantara à Reuters
que o governo deveria limitar as despesas não obrigatórias as 1/18 dos valores
do projeto orçamentário.
Até a publicação da lei orçamentária, os órgãos e entidades do
governo federal só poderão empenhar as dotações orçamentárias para atender,
entre outras, despesas com obrigações constitucionais ou legais da União e
ações de prevenção e desastres classificados na subfunção da Defesa Civil.
Com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no
final do ano passado pelo Congresso Nacional, mas sem a aprovação do Orçamento,
o governo poderia gastar mensalmente 1/12 dos valores previstos no projeto
orçamentário para a manutenção da máquina pública. Esse mecanismo é conhecido
como duodécimo.
A nova equipe econômica --sob a batuta dos ministros Joaquim
Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) e do presidente do Banco
Central, Alexandre Tombini-- quer entregar um superávit primário equivalente a
1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e, nos dois seguintes,
de 2 por cento.
Para tanto, já havia anunciado outras medidas para tentar
reduzir as despesas. Entre elas, um pacote de mudanças nas regras para acesso a
benefícios trabalhistas e previdenciários para tentar economizar
aproximadamente 18 bilhões de reais por ano, a partir de 2015.
As contas públicas vêm se deteriorando nos últimos anos e 2014
corre o risco de ter registrado o primeiro resultado primário negativo da série
histórica iniciada em 2002. Até novembro, o setor público consolidado mostrava
déficit primário acumulado equivalente a 0,18 por cento do PIB.
Fonte: REUTERS
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