De
tanto ver triunfar as histórias de sucesso empresarial, nas quais apenas o
lucro, os bens materiais e os egos triunfantes predominam, o empreendedor
novato corre o sério risco de esquecer que na raiz de cada centavo de ganho
existe um relacionamento humano.
A frase acima, como você deve ter notado, foi construída em cima
de uma frase batida do escritor Rui Barbosa: "De tanto ver triunfar as
nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça.
De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a
desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser
honesto."
Ter consciência de que empreender é transformar relacionamento
humano em ganhos faz uma tremenda diferença na hora em que nos jogamos no
vazio, com todas as nossas reservas e assumimos a reinvenção da nossa própria
sobrevivência ao abrir uma empresa com CNPJ, aluguel, impostos e salários.
E basta um pouquinho de dedicação para descobrirmos a validade
de outra frase manjadíssima, essa de Karl Marx: "Ser radical é tomar as
coisas pela raiz. Mas, para o homem, a raiz é o próprio homem."
A frase não é tão popular quanto a de Rui Barbosa, mas confirma
nossa tese de que, ao aprofundar a garimpagem dos ganhos de nossa empresa,
teremos mais chances de nos dar bem se nos conscientizarmos que na raiz de
todos os ganhos estão as necessidades humanas.
Facilitaremos mais ainda nossa sobrevivência se, em vez de nos
concentrarmos apenas no lado visível, lucros, carrões, egos inflamados, como
nos induzem as histórias mal contadas de sucesso empresarial, mantermos nossa
preocupação em satisfazer gente, com suas múltiplas e infinitas combinações que
ampliarão a sustentação de nossa empresa.
Quando acreditamos que as necessidades das pessoas é a matriz de
todos os empreendimentos, focamos nas suas expectativas, vontades, desejos. E
ao conseguir atendê-las multiplicamos a cada contato nossa clientela.
É daí que surge a mágica do sucesso empresarial, que afoitamente
se registram apenas por balanços frios. E que muitos empresários preferem
traduzir através dos penduricalhos que colocam em seus egos.
Penduricalhos e explicações superficiais que distorcem a visão
dos aprendizes de empreendedorismo e os levam a pensar, ingenuamente, que
apenas o lucro, os bens materiais e os egos triunfantes confirmam o sucesso de
uma empresa.
Se você está pensando em abrir sua empresa ou ampliá-la, ou
mesmo recuperá-la de uma fase ruim, talvez seja a hora de voltar sua atenção
para as pessoas ao seu redor.
São sempre potenciais clientes, generosos a ponto de contar para
você o que querem. Desde que você esteja disposto a ouvi-los com carinho e
providenciar o que lhe pedem.
Fonte: UOL Notícias
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