Para
pagar a conta de luz, o estudante de direito Daniel Barreto, 24, usa o celular.
Também recorre ao aparelho para transferir dinheiro e para carregar seu
smartphone pré-pago com créditos.
"Não
me lembro quando foi a última vez em que fui ao banco para fazer qualquer
coisa que não fosse tirar dinheiro. Isso, infelizmente, ainda não dá para
fazer pelo celular", brinca.
|
|
|
|
Daniel começou a usar os serviços de "mobile banking" no ano
passado, para checar o saldo de sua conta -operação utilizada, no último
trimestre de 2011, por 13% dos brasileiros que possuem um telefone celular.
Hoje, no país, são mais de 245 milhões de aparelhos ativos.
No início do mesmo ano, o índice era de 7%, segundo dados divulgados neste
mês pela Acision, empresa que faz pesquisas do mercado móvel. Outro estudo, da
empresa TNS, diz que, de 2010 para 2011, o uso de serviços bancários pelo
celular subiu 110% no Brasil.
Gustavo Roxo, ex-diretor da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e
sócio da consultoria global Booz & Company, diz que é provável que esse uso
continue, em média, dobrando a cada ano. "As transações feitas por
celulares e tablets devem ultrapassar as operações feitas por PCs e notebooks
em cinco anos", completa Roxo.
Aplicativos bancários já têm funções que usam o GPS dos telefones para
localizar agências ou que reconhecem o código de barras de boletos por meio da
câmera. "Em breve não haverá diferença em acessar a sua conta pelo PC ou
pelo celular", diz Roxo.
Bancos como o Bradesco e o Itaú ultrapassaram, em 2012, a marca de 1 milhão
de aplicativos baixados. Tanto na App Store da Apple como no Google Play
(antigo Android Market), dos cinco apps mais baixados na parte gratuita da
categoria de finanças, quatro são de bancos.
NÃO TEM PERIGO?
Mas, afinal, informações financeiras inseridas e visualizadas em celulares e
tablets estão seguras?
De acordo com Marcos Ferreira, especialista em segurança digital da empresa
TrustSign, o mobile banking é até mais seguro do que o internet banking
convencional. "No PC, as pessoas estão mais distraídas e executam mais
tarefas, abrem mais arquivos. Isso aumenta a chance de existir algum malware
que roube seus dados bancários", avalia o técnico.
"Os problemas estão, principalmente, nos sites falsos. Por isso é
importante digitar corretamente o endereço de seu banco", diz Ferreira.
"Também é essencial não acessar a conta de redes sem fio abertas, que
são menos seguras, e não deixar que o sistema grave suas senhas, para não dar
acesso à sua conta caso o aparelho seja perdido", completa Ferreira.
Fonte: Folha.com