Com a taxa de juros em
elevação, usar consórcio para comprar a casa própria pode ser uma saída para
economizar.
Segundo
cálculos do diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira,
financeiramente o consórcio é melhor do que o financiamento. "Já era mais
barato e com a subida dos juros a vantagem aumentou."
Veja
a comparação entre consórcio e financiamento para a compra de um imóvel de R$
500 mil. Para os cálculos, foi considerado um custo de financiamento de 11% ao
ano. Já os custos do consórcio foram taxa de administração de 17% (dividida
pelo prazo total do consórcio), fundo de reserva de 1% (também considerado o
prazo integral do consórcio) e correção pelo INCC de 5% ao ano.
Segundo
a assessoria de imprensa da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de
Consórcio), esses custos são considerados atualmente como valor médio de
mercado.
A
conclusão é que o consórcio sai mais barato do que o financiamento pelo SAC e
pela tabela price. O financiamento pelo SAC tem um custo adicional de R$
47.536,73 (6,41% mais caro do que o consórcio). Já o financiamento pela tabela
price custa R$ 65.499,31 (8,83% mais caro do que o consórcio).
Preço final de um imóvel de R$ 500 mil (prazo de 120 meses)
§
Financiamento (pelo SAC)
§
Primeira parcela: R$ 8.750,00
§
Última parcela: R$ 4.410,54
§
Total do financiamento: R$ 789.632,62
§
Financiamento (pela tabela
price)
§
120 parcelas mensais: R$ 6.729,96
§
Total do financiamento: R$ 807.595,20
§
Consórcio
§
Primeira parcela: R$ 4.916,67
§
Última parcela: R$ 7.627,37
§
Total do financiamento: R$ 742.095,89
Consórcio também tem
desvantagens
Mas
a compra de uma casa não deve ser avaliada apenas do ponto de vista financeiro,
afirma o especialista.
Apesar
de ser mais barata, a compra de um bem por meio de consórcio pode levar anos
para se realizar. "A pessoa tem de saber que, num consórcio de 120 meses,
ela pode ser sorteada apenas na parcela 120", diz Ribeiro de Oliveira.
"Assim,
se a pessoa morar de aluguel e quiser sair do imóvel, se usar o financiamento
isso se torna possível rapidamente. Já no caso do consórcio, ela terá de
aguardar ser sorteada ou terá de ter juntado dinheiro suficiente para dar um
bom lance e conseguir a liberação da carta logo no início", afirma.
Ideal é poupar para comprar à
vista
O
ideal é juntar dinheiro para comprar a casa à vista, diz o economista. Nesse
caso, além de não pagar juros (no caso do financiamento) ou taxa de
administração (caso do consórcio), a pessoa ainda terá o poder de negociar um
desconto.
"Comprar a casa à
vista ou quase à vista é o melhor negócio", diz o professor de finanças do
Insper Ricardo Humberto Rocha. "Mas o consórcio pode ser uma boa saída
também. E, no caso dos imóveis, também é permitido o uso do FGTS, o que pouca gente
sabe", diz.
Como poupar para comprar à
vista?
O
ideal é saber qual é o valor da parcela que seria paga no consórcio ou
financiamento e depositar todo mês esse valor em uma aplicação financeira.
Segundo a calculadora do UOL "Consórcio ou poupar",
se o comprador depositasse em uma aplicação o valor de R$ 4.916,67 todo mês,
ele conseguiria acumular R$ 500 mil no prazo de 70 meses.
Ou
seja, ele teria o dinheiro para comprar o imóvel 50 meses antes do que se
pagasse um consórcio de 120 meses. Nessa conta, a aplicação teria que render no
mínimo 1% ao mês.
"Isso
acontece porque quem poupa não está tendo gastos, mas rendimentos. A
desvantagem é que se a pessoa morar de aluguel, terá de arcar com os dois
custos até que consiga juntar o valor para comprar o imóvel. Com o consórcio, a
pessoa teria a possibilidade de ser sorteada antes e não precisar mais arcar
com o valor do aluguel", afirma Ribeiro de Oliveira.
Outro
cuidado para quem decide poupar em vez de pagar um consórcio é ter disciplina.
Poupar todo mês, como se pagasse a prestação. E o ideal é corrigir o valor dos
depósitos a cada ano pela inflação, para manter o poder de compra do imóvel.
Fonte: UOL Notícias
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