A dificuldade de
encontrar um substituto para Graça Foster e o impacto negativo da crise na
Petrobras sobre o governo da presidente Dilma Rousseff são destaque na imprensa
internacional nesta quinta-feira (5).
O
jornal britânico Financial Times afirmou que o escândalo de corrupção na
petroleira "ameaça engolir o governo" brasileiro.
O
Guardian, também da Grã-Bretanha, destacou que até R$ 23 bilhões poderiam ter
sido desviados da estatal para o pagamento de propina a políticos. Ao se
referir a Foster, o jornal disse que o escândalo fez "sua vítima mais
proeminente" até agora.
O
Le Monde, da França, disse que Foster foi "expelida" da Petrobras
junto com cinco diretores e ressaltou o suposto envolvimento de grandes
empreiteiras brasileiras em esquemas de suborno para a conclusão de contratos.
O
americano New York Times chamou a atenção para o fato de Foster ter sido
escolhida pessoalmente por Rousseff.
O
jornal afirmou também que prevaleceu a sensação de que a ex-presidente da
estatal não teria capacidade para lidar com o escândalo em um momento em que a
baixa dos preços do petróleo forçam a redução de investimentos em projetos de
alto custo.
'Financial Times'
O
Financial Times afirmou que a Petrobras deixou de ser conhecida por suas
"proezas tecnológicas e descobertas gigantes de petróleo" para se
tornar "um símbolo de conduta ilegal e objeto de ridicularização para
muitos brasileiros".
O
Financial Times deixa claro que a ex-chefe executiva da Petrobras não foi
ligada ao esquema de corrupção, mas sofreu críticas pela forma como conduziu a
crise.
O
periódico também destacou a dificuldade que o governo brasileiro terá para
encontrar um substituto para Foster capaz de reaver a confiança de
investidores.
Especialistas
entrevistados na reportagem afirmam que muitos executivos de alto perfil pensam
duas vezes antes de aceitar cargos como os que ficaram vagos na Petrobras. Isso
porque a lei brasileira permitiria que seus bens pessoais sejam afetados.
Assim,
o próximo ocupante do cargo poderia ser responsabilizado pessoalmente por
futuros desdobramentos do escândalo – especialmente depois de auditorias
externas terem se recusado a aprovar as contas apresentadas pela Petrobras – o
que torna difícil a escolha do sucessor.
O
jornal também afirmou que o governo brasileiro não estaria disposto a atribuir
oficialmente um montante ao dinheiro desviado da Petrobras para que a cifra não
seja usada eleitoralmente. O jornal atribui a informação a fontes anônimas.
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