O ritmo de contração da
atividade de serviços do Brasil intensificou-se em janeiro devido à estagnação
das novas encomendas, marcando o quarto mês seguido de queda, mostrou o Índice
de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira.
Em
janeiro, o PMI apurado pelo Markit caiu a 48,4, contra 49,1 em dezembro, abaixo
da marca de 50 que separa crescimento de contração e o nível mais baixo desde
os 48,2 vistos em outubro.
Esse
resultado fez com que o PMI Composto do Brasil permanecesse em 49,2 em janeiro,
repetindo o mesmo nível do mês anterior, apesar de a indústria ter mostrado
ligeiro crescimento.
Em
nota, o Markit destacou que a atividade mais baixa do setor de serviços está
vinculada às condições econômicas frágeis e ao escândalo da Petrobras, sendo
que o ritmo mais forte de contração foi observado no subsetor de Aluguéis e
Atividades de Negócios.
O
volume de novos negócios recebidos pelos fornecedores de serviços brasileiros
ficou estagnado em janeiro, com o índice caindo a exatamente 50,0 após dois
meses de expansão. A menor entrada de novos trabalhos em Correios e
Telecomunicações e em Aluguéis e Atividades de Negócios compensou o crescimento
em outros setores.
Em
contraste, o número de funcionários aumentou pelo segundo mês seguido, mas o
ritmo de contratação desacelerou em relação a dezembro, sendo que o crescimento
mais forte foi visto em Hotéis e Restaurantes.
Segundo
o Markit, a taxa de inflação de insumos desacelerou ante o recorde de 73 meses
visto em dezembro, mas ainda assim permaneceu acima da média de longo prazo com
os entrevistados citando preços mais altos da matéria-prima e a apreciação do
dólar frente ao real.
Assim,
os preços cobrados pelos fornecedores de serviços aumentaram pelo terceiro mês
seguido e de forma generalizada.
A
contração do setor em janeiro levou à piora do sentimento positivo em relação à
atividade para daqui a 12 meses.
"As
empresas não apenas disseram que a atividade contraiu a um ritmo mais forte no
primeiro mês do ano, como também que a alta nas expectativas observada em
dezembro não se sustentou, com o índice (de expectativas) caindo para o menor
nível em setembro", disse em nota o economista-chefe do HSBC, André Lóes.
O
Markit apontou que, onde foi apontado sentimento positivo, esse se deveu à
expectativa de obtenção de novos clientes, às novas política governamentais e à
perspectiva de um ano sem eleição nem Copa do Mundo.
Outros
sinais de que o setor de serviços patina também foram dados. O Índice de
Confiança de Serviços (ICS) iniciou 2015 no menor nível da série histórica
iniciada em junho de 2008, com queda de 2,0 por cento em janeiro sobre
dezembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Fonte: REUTERS
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