O comportamento dos preços dos alimentos está
ditando a perda de ritmo da inflação. A primeira prévia do Índice Geral de
Preços - Mercado (IGP-M) em maio, divulgada nesta sexta-feira, 10, apresentou
desaceleração para 0,03%, de 0,42% em igual período do mês anterior, por causa,
sobretudo, da queda dos preços dos produtos agropecuários. O milho (-5,35%), as
aves (-7,93%) e o trigo (-2,13%) são alguns dos destaques desse grupo.
Como consequência, as rações (-5,99%), que utilizam
os grãos como insumo, lideram as quedas entre os bens intermediários. No grupo
de bens finais, sobressaem a variação de preço das aves abatidas e
frigorificadas (-2,09%), carnes suínas (-7,72%), açúcar refinado (-3,71%) e
tomate (-28,04%). No atacado, o grupo de alimentos processados, no entanto,
continua acelerando, tendo passado de 0,10% para 0,70%, devido, principalmente,
ao leite industrializado (de 1,66% para 7,16%) e dos seus derivados, como o
creme de leite (de 2,09% para 3,37%). Os preços seguem a tendência de alta
nesse período de entressafra, que deve durar até junho.
A expectativa para o atacado é de continuidade do
processo de desaceleração até o fim do mês. "A tendência das commodities é
cair um pouco menos, o que já provoca aceleração do indicador. Em compensação,
os in natura devem continuar a recuar. É uma queda de braço", disse o
economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
(Ibre/FGV) André Braz.
A queda dos preços no atacado, que vinha aparecendo
em indicadores passados, já tem reflexo no varejo. Para o consumidor final, a
inflação dos alimentos passou de 0,84% para 0,07%, entre as primeiras prévias
do IGP-M de abril e maio. Nesse caso, foram destaque os alimentos in natura (de
7,18% para -6,61%). Mesmo o tomate, até então considerado o vilão da inflação,
está com os preços em queda, tendo registrado taxa de -22,86% em maio, após
alta de 9,53% em abril.
Fonte: Estadão
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