O
desconhecimento ainda é um inimigo do brasileiro na hora de buscar seus
direitos como consumidor.
Apesar
de ter uma lei de defesa abrangente e dos esforços recentes do governo em
ampliar essa proteção, uma pesquisa inédita mostra que muitos brasileiros ignoram
boa parte das regras do Código do Defesa do Consumidor (CDC).
O
levantamento do IBRC (Instituto Brasileiro de Relacionamento com Cliente),
obtido pela Folha, também mostrou que os consumidores avaliam de forma
negativa o cumprimento das regras pelas empresas.
A
pesquisa ouviu 2.050 pessoas em 12 capitais, nas cinco regiões do país.
Algumas
regras específicas do CDC, considerada por especialistas como uma das
legislações mais protetivas ao consumidor do mundo, são totalmente
desconhecidas do consumidor.
A
pesquisa avaliou o conhecimento sobre dez regras de defesa do consumidor,
previstas no CDC e em regulamentações específicas.
Na
média, apenas 21% dos entrevistados mostraram conhecimento completo sobre essas
normas.
Apenas
18% dizem saber que "cobrança indevida deve ser devolvida em dobro" e
só 13% sabem que "pode-se desistir de compra pela internet até 7 dias após
entrega".
Das
regras submetidas ao teste, a norma com maior índice de conhecimento (37%) foi
"você não precisa contratar seguro de cartão de crédito".
Para
Alexandre Diogo, presidente do IBRC, a ignorância da população sobre os
direitos prejudica a evolução das relações de consumo no país.
"Para
que o consumidor exija seus direitos e o CDC seja cumprido, ele precisa antes
de tudo conhecer a lei", afirma.
O
Plandec, Plano Nacional de Consumo e Cidadania, lançado pela presidente Dilma
Rousseff neste ano para ampliar a regulamentação sobre relações de consumo, não
deve trazer grandes mudanças nesse sentido, acredita.
"O
plano não trouxe iniciativas de educação para o consumo, ações efetivas para
educar o consumidor desde criança, na escola."
MÁ AVALIAÇÃO
Em
uma escala de zero a dez, os entrevistados deram nota 6,5 para o cumprimento
das regras de defesa do consumidor.
Apenas
1,1% dos consultados deram a nota máxima nesse quesito. A nota 6 foi atribuída
por quase 40% dos entrevistados.
De
acordo com o levantamento, os setores com a pior percepção no cumprimento das
normas são bancos, telefonia móvel, TV por assinatura, cartões de crédito e
banda larga.
Já
os melhores avaliados foram cosméticos, bebidas e alimentos, automóveis,
seguros e aviação civil.
Na
pesquisa, os entrevistados organizaram em uma escala de um a quinze os setores
que mais respeitam seus direitos como consumidor --sendo 15 o setor que mais
respeita os direitos.
O
estudo, porém, também mostra que o consumidor está mais otimista. Para 89% dos
entrevistados, houve melhora no atendimento ao direito do consumidor no Brasil
por parte das empresas nos últimos anos.
Fonte: Folha.com
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