Em meio a um cenário econômico conturbado e com a concorrência de
produtos importados, pouco mais de um terço das empresas brasileiras (35,7%)
realizaram inovações tecnológicas entre 2009 e 2011. Na indústria, que engloba
91% das firmas analisadas, o percentual caiu de 38,1%, em 2008, para 35,6%.
Os dados fazem parte da Pintec
(Pesquisa de Inovação Tecnológica), divulgada nesta quinta-feira (5) pelo IBGE.
Pelo critério do estudo, é inovação qualquer produto ou processo produtivo novo
para a empresa ou substancialmente aprimorado, mesmo que seja uma cópia de algo
que já exista no mercado.
Apenas o dado referente à
indústria é comparável com anos anteriores. Isso porque a pesquisa passou a
incluir setores de eletricidade e gás, serviços de arquitetura e engenharia,
testes e análises técnicas. No caso da indústria, não houve alterações.
"O triênio ocorreu na
esteira da crise econômica mundial, que começou no último trimestre de 2008 e
afetou as expectativas", afirma Alessandro Pinheiro, gerente da pesquisa.
O ano de 2009 foi marcado pelo
resultado negativo do PIB (Produto Interno Bruto). Com a turbulência global, a
economia brasileira teve retração de 0,3%.
Em 2010, houve sinais de recuperação, com o PIB apresentando alta de 7,5%.
Em 2010, houve sinais de recuperação, com o PIB apresentando alta de 7,5%.
Já no ano seguinte, embora a
economia brasileira tenha crescido 2,7%, foi registrado, diz o IBGE, "um
período de relativa acomodação econômica".
Segundo Pinheiro, diante desse
cenário, as firmas tendem a adotar um comportamento defensivo, como forma de
evitar o risco.
"Isso prejudica principalmente
a inovação de produto. Elas acabam concentrando as inovações nos processos, com
o objetivo de reduzir custos e aumentar a produtividade, mas postergam os
planos de implementação de novos produtos", afirma o gerente do IBGE.
A taxa de investimento (total
investido na economia, em valores, como proporção do PIB) apresentou
estabilidade nos últimos anos. Na indústria de transformação, por exemplo,
ficou em torno de 18% entre 2008 e 2011.
Além da crise internacional,
outro fenômeno teve impacto entre 2009 e 2011: a apreciação cambial, que
influenciou no aumento das importações. Em 2011, a taxa média de câmbio
comercial para venda de dólar era de R$ 1,675. Em 2006, estava em R$ 2,176.
Ontem, o dólar comercial para venda fechou cotado a R$ 2,389.
"A valorização da moeda
nacional induz ao aumento das importações e prejudica as empresas exportadoras.
Há ainda o 'efeito China', várias empresas reclamaram da concorrência com os
produtos do país, especialmente em setores como o têxtil, siderurgia e papel",
afirma.
Por outro lado, a apreciação
cambial pode motivar as empresas a comprarem no exterior novas máquinas e
equipamentos.
O investimento total das
empresas em atividades inovadoras alcançou R$ 64,9 bilhões em 2011 --2,56% da
receita líquida de vendas das empresas.
Fonte: Folha.com
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