As micro e pequenas empresas foram as responsáveis pela maior parte das
contratações de 2012: até o final de novembro, criaram 1,13 milhão de novos
empregos formais. No mesmo período, médias e grandes empresas haviam preenchido
cerca de 286 mil postos.
O número de contratações só foi positivo em novembro --dados mais recentes--
graças às micro e pequenas empresas, com 90.950 contratações, enquanto grandes
e médias demitiram 44.855.
Os números são de levantamento realizado pelo Sebrae Nacional com os dados
do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado mensalmente
pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Segundo o levantamento, comércio e serviços são os setores que mais
contrataram nos últimos meses, o primeiro devido à proximidade das festas de
final de ano.
O diretor-presidente do Sebrae, Luis Barretto, vê no resultado um retrato da
importância das pequenas empresas na economia brasileira. Nos cálculos da
entidade, elas são quase 7 milhões e representam 99% do total de empresas do
país.
Barretto também vê uma mudança do perfil do empreendedor, que traz melhoras
para a gestão: "Antes ele abria um negócio próprio por necessidade. Hoje,
a cada três pessoas que iniciam um empreendimento, duas são por uma
oportunidade."
Clemente Gamz Lúcio, diretor-técnico do Dieese, diz que o ritmo de
contratações das pequenas empresas tem relação com aumento da renda do
brasileiro.
POUCA MÃO DE OBRA
O impacto das pequenas no mercado de trabalho só não é maior porque também
elas têm tido dificuldade em recrutar funcionários.
Sócio-diretor de uma fábrica de esquadrias de alumínio para construção,
Leandro Moraes, 44, viu suas operações crescerem quando passou a vender apenas
diretamente para construtoras.
Moraes conta que a empresa familiar tem 35 anos e que participa das
atividades dela desde jovem. Agora, entre o grupo de funcionários do negócio,
também incluiu suas duas filhas que atuam na área administrativa.
A mais nova contratada do grupo chegou no dia 1º de janeiro para ajudar na
área comercial. Porém, ele diz ter tido dificuldade para encontrar
profissionais com qualificação técnica para ser serralheiro. Caso encontrasse,
contrataria ainda mais. "O Brasil está a beira de um apagão de mão de
obra", diz.
Fonte: Folha.com
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