Preço do voo nacional cai 42% em 10 anos
O preço da passagem aérea para voos nacionais
caiu 41,69% nos últimos dez anos, de acordo com a 26º edição do Relatório de
Tarifas Aéreas Domésticas, divulgado
ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Entre janeiro e setembro
de 2012, a tarifa média registrada foi de R$ 273,32, enquanto em 2002 o preço
foi de R$ 468,71 no mesmo período. Já o custo contabilizado no ano passado foi
apenas 0,15% menor na comparação com o ano anterior. (veja arte ao lado).
Nos primeiros nove meses de 2012, quase 70%
dos assentos comercializados foram vendidos por menos de R$ 300, há dez anos,
por outro lado, a fatia era de 30,45%.
Segundo o professor de Administração da
ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Adriano Gomes, a queda está
relacionadá principalmente à entrada de novas bandeiras no mercado brasileiro
de aviação. "Há dez anos, a Gol entrou no mercado com a proposta de custos
baixos para os clientes, o apelo começou a afetar os preços."
Desde então outras empresas ingressaram no
setor, como é o caso da Azul e Avianca. Diante da concorrência, derrubar as
tarifas foi algo necessário para captar consumidores, principalmente diante da
ascensão dos sites de busca de passagens aéreas que trazem as tarifas cobradas
por todas as companhias em apenas um clique.
Por outro lado, o especialista
acrescenta que para não reajustar os valores dos bilhetes aéreos, as empresas
precisam enxugar custos de outras áreas para manter sua receita. "Tem que
ganhar no volume de passageiros, ou seja, o avião tem de estar o máximo
possível em movimento",
explica.
O professor de Economia da FGV (Fundação
Getulio Vargas) Samy Dana acrescenta que a economia que as empresas precisam
fazer para continuar represando os preços pagos pelo consumidor começa a
atingir com mais intensidade os serviços prestados aos clientes, como cortar
mimos durante a viagem, como lanches. "E o consumidor precisa pagar, caso
queira comer", comenta.
Entretanto, o especialista da ESPM acrescenta
que é difícil para as companhias do setor manter o ritmo de crescimento diante
do alto preço dos combustíveis, da manutenção das aeronaves e o custo de
operação. "Não há tanta margem de redução de custo, não tem como deixar de
fazer a manutenção, por exemplo. Por outro lado, se o mercado resolvesse
calibrar os preços haveria queda de volume dos passageiros na ordem de 30% pelo
menos", explica Gomes.
Entretanto, ontem, o presidente da
Abear (Associação Brasileira
das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, disse que não deve ter alteração no
custo das tarifas neste ano, apesar dos prejuízos. "Não é um setor que
está estabilizado no sentido de produzir bem e, ao mesmo tempo, ser
rentável", diz Dana.
Fonte: G1
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