As
empresas também deveriam meditar por meio de seus gestores. Os donos, diretores
ou gerentes deveriam escolher um dia da semana para se recolher por algumas
horas e avaliar, a sós, o desempenho dos principais ativos da empresa, sob sua
responsabilidade.
Avaliação deveria ir além do balanço formal e checar, com calma,
os talentos que compõem a organização. Verificar cada um dos profissionais
envolvidos no projeto da empresa, de acordo com os diferenciais que agrega, as
oportunidades que percebe, os resultados que traz por iniciativa própria. E
finalmente definir o quanto a empresa tem de superávit ao manter aquele
profissional nos seus quadros.
A tendência nas organizações é fixar as funções, as aparências
e, o pior, as competências. Muitas empresas criam classificações e ali encaixam
seus talentos. Ou os profissionais, com o tempo, se acomodam em nichos que
transformam em trincheiras para defenderem seus espaços, egos e salários.
Aos poucos temos organizações bonitinhas ao primeiro olhar, mas
que desmoronariam a qualquer impacto inesperado do mercado. Porque não é a
organização por inteiro que conseguirá (se conseguir) superar as dificuldades.
Mas a atitude de cada uma das partes vivas da empresa, vinculadas às funções,
aos cargos e às responsabilidades.
Por ser a empresa o resultado de uma criação e consolidação
coletivas, os profissionais e suas respectivas habilidades deverão incorporar a
determinação dos donos. A fé no projeto e a inventividade ajudarão a
organização a encontrar a solução num aparente beco sem saída em suas decisões
diante das eventuais ameaças (que ocorrerão).
Por isso, o retiro espiritual semanal, por algumas horas, como
se fosse a ida a uma igreja, ajudaria o empreendedor a simular o desempenho
dinâmico de cada um dos seus colaboradores. E se perguntar se cada um dos membros
de sua empresa é uma raiz que além de firmar a organização no mercado é também
uma canal que absorve nutrientes e inspirações e os transforma em resultados.
Sem a meditação empreendedora, que sugiro que se transforme em
hábito, o empreendedor corre o risco assustador de ser o último a saber. E ser
obrigado a ter que comandar uma tripulação fragilizada por setores inertes e
por marinheiros zumbis nas manobras de uma nau bombardeada por todos os lados,
em pleno oceano revolto.
Fonte: UOL Notícias
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