Poupar
R$ 50 por dia (R$ 1.500 por mês) já é o suficiente para, em seis meses, juntar
o capital necessário para abrir uma franquia e virar patrão. A conta foi feita
com base no menor valor de investimento inicial entre as redes filiadas da ABF
(Associação Brasileira de Franchising), considerando a soma de custo de
instalação, taxa de franquia e capital de giro.
Com R$ 8.300, é possível iniciar uma operação da Gigatron,
prestadora de serviços na área de tecnologia da informação. O valor se
justifica pelo fato de o empreendedor poder abrir a franquia em casa e prestar
o serviço no endereço do cliente.
Segundo cálculo do vice-presidente da Anefac (Associação
Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel
Ribeiro de Oliveira, se o empreendedor poupar R$ 1.500 por mês, em seis meses
ele acumula mais do que o necessário para abrir o negócio: R$ 9.190, levando em
consideração um rendimento médio mensal da poupança de 0,6%.
"O rendimento pode ser maior ou menor, dependendo da
quantidade de dias úteis no mês", diz.
Em um ano, empreendedor acumula R$ 18,5 mil
Oliveira também calculou a poupança em prazos maiores. Segundo
ele, para juntar os R$ 8.300 em um ano, é necessário poupar R$ 22,30 por dia
(R$ 669 por mês). Se levado em consideração o prazo de dois anos, seria preciso
poupar R$ 10,75 por dia (R$ 322,50 por mês).
Uma unidade da Jan-Pro (serviços de limpeza) custa a partir de
R$ 10 mil. Poupando R$ 50 por dia, é possível juntar o investimento inicial em
sete meses. Para obter os R$ 15,7 mil de investimento da franquia Acquazero
(lavagem ecológica de automóveis) ou os R$ 18,5 mil da Mídia Pane (publicidade
em saco de pão), seriam necessários 11 e 12 meses de poupança, respectivamente.
As franquias PBF (escola de idiomas), 2be Study e CI (ambas
agências de intercâmbio estudantil) custam a partir de R$ 45 mil. Considerando
a economia diária de R$ 50, o valor do investimento seria alcançado em 28
meses.
"Economizar R$ 50 por dia não é fácil. É preciso anotar
todos os gastos diários e cortar aquilo que não é prioridade ou essencial. Para
alcançar um objetivo é necessário esforço, não dá para esbanjar ou manter a
mesma comodidade", afirma o vice-presidente da Anefac.
Franquias de baixo custo podem ser abertas em casa
Em geral, as franquias de baixo custo –com investimento inicial
de até R$ 80 mil, chamadas de microfranquias– se caracterizam por ser negócios
do setor de serviços. A maioria pode ser instalada na casa do empreendedor, o
que reduz o custo de abertura, segundo Edson Ramuth, diretor de microfranquias
da ABF.
"Uma franquia em casa não precisa de muitos equipamentos.
Normalmente, um computador com acesso à internet e um telefone bastam. O
empreendedor vai até o cliente para prestar o serviço, ou faz à
distância", diz.
Por conta dessas características, as microfranquias também têm
menor custo operacional. "Alguns negócios podem ser tocados apenas pelo
empreendedor. Não é preciso formar estoque de produtos e, se o negócio for em
casa, não há custo com aluguel", afirma Ramuth.
Segundo ele, a lucratividade de uma microfranquia pode chegar a
50% sobre o faturamento bruto, enquanto nas franquias que exigem uma estrutura
maior a margem chega, no máximo, a 30% sobre a receita mensal.
Abrir franquia em casa aumenta o risco do negócio
Sair de um emprego para abrir uma franquia significa trocar a
estabilidade pelo risco de um negócio próprio, de acordo com Raul Monegaglia,
sócio do escritório KBM Advogados. Para ele, ao contrário do que muitos
imaginam, investir numa franquia não é garantia de sucesso e o risco é ainda
maior quando o negócio funciona na casa do empreendedor.
"Numa microfranquia, o empreendedor tem de fazer tudo:
atrair clientes, prestar o serviço, falar com fornecedores, emitir notas,
controlar o fluxo de caixa entre outras tarefas. É preciso dedicação e saber
que, muitas vezes, vai trabalhar mais, inclusive aos finais de semana",
afirma Monegaglia.
Outra desvantagem do negócio em casa é que o esforço para atrair
clientes é maior, segundo o especialista. "Quando a franquia tem um ponto
comercial, o cliente passa em frente e vê que ela está ali. Mas, quando a
empresa é em casa, é necessário maior investimento em marketing, desde a
distribuição de panfletos até anúncios em rádios e jornais locais",
declara.
Fonte: UOL Economia
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