Com a inflação em patamar elevado, a renda média
dos trabalhadores teve a quinta queda consecutiva em julho, informou nesta
quinta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O rendimento em julho ficou em R$ 1.848,40, 0,9%
abaixo do registrado em junho.
"Há uma influência da inflação e da perda no
poder de compra [dos trabalhadores] por outros motivos, como correções
[menores] e reduções de salários", afirma Cimar Azeredo, coordenador de
trabalho e rendimento do IBGE.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo),
índice oficial da inflação, acumula alta de 6,27% nos 12 meses encerrados em
julho, próximo do teto da meta do governo (6,5%).
Já no confronto entre junho e o mesmo mês de 2012
houve elevação de 1,5%. Apesar de haver crescimento nesse caso, ainda assim o
resultado foi considerado modesto por analistas.
"Este evidente enfraquecimento dos ganhos
reais vem sendo observado desde dezembro de 2012", afirmaram em relatórios
os especialistas da consultoria LCA.
SINAL DE MODERAÇÃO
Além de um rendimento menor, outra demonstração da
perda de força do mercado de trabalho foi a mudança na taxa de desemprego na
comparação anual.
Pela segunda vez consecutiva, a taxa ficou menor
nesse tipo de confronto: em junho de 2013 foi de 5,6%, enquanto no mesmo mês de
2012 estava em 5,4%. Estatisticamente, o IBGE considera que, apesar da queda
numérica, o resultado é estável.
Para a LCA, é "mais um sinal de moderação no
mercado de trabalho".
O aumento ante o mesmo mês do ano anterior ocorreu
em maio pela primeira vez desde outubro de 2009, interrompendo uma sequência de
quase quatro anos de redução contínua do desemprego.
CAGED
Já na passagem de junho para julho, a taxa de
desemprego caiu de 6% para 5,6%. A queda foi puxada especialmente pelo
resultado de São Paulo --a taxa passou de 6,6% para 5,8%. Nessa região
metropolitana, a população desocupada caiu 12,2% entre junho e julho.
Essa queda da taxa na comparação mensal mostra um
descolamento entre a pesquisa do IBGE e a do Ministério do Trabalho. O Caged
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mede quantos trabalhadores
assalariados foram admitidos e quantos foram desligados, sendo que o saldo é o
resultado de admissões menos demissões.
Ontem, o ministério divulgou que pela primeira vez
desde 2003, o mês de julho registrou fechamento de vagas com carteira assinada
nas regiões metropolitanas. O saldo ficou negativo em 11.058 postos nas nove
regiões metropolitanas avaliadas.
Sobre as diferenças no resultado, o coordenador
afirmou que "teoricamente as pesquisas tendem a se aproximar", mas
isso não ocorre em todos os meses porque há diferenças nas metodologias e nas
regiões pesquisadas.
A Pesquisa Mensal de Emprego é realizada nas
regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São
Paulo e Porto Alegre.
O levantamento do IBGE é feito por meio de um
levantamento amostral, por meio de entrevistas com a população, o que inclui
trabalhadores formais e informais. Já o ministério utiliza dados informados
pelas empresas apenas de registros formais.
Fonte: Folha.com
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