Parece
que nascemos com o DNA da desconfiança no organismo. E quando precisamos nos
vincular com parceiros e aliados, qualquer desencontro, seja de informação ou
de humores, dispara nosso "desconfiometro".
O que é
saudável se a suspeita inicial for seguida por uma pesquisa realizada com
naturalidade e imparcialidade, na tentativa de perceber o que nos levou àquela
insegurança inicial.
E assim
que concluirmos nosso "tribunal reservado" e tivermos absolvido nosso
principal suspeito ou suspeita, deveríamos retomar e acelerar os entendimentos
pois agora estaríamos lidando com alguém já testado e confiável.
Infelizmente,
nem sempre é assim que os pequeninos problemas entre parceiros se resolvem.
Geralmente, o vírus da desconfiança se instala "para sempre" e
contamina tanto os acordos presentes como o potencial dos negócios futuros.
As
principais vítimas dessa desconfiança injustificada, porque se instala sem
perdão, são exatamente os que mais desconfiam. E com o tempo, seus negócios não
prosperam. E onde colocam a mão, o prejuízo, o desacordo, a falência ocorrem.
Como
contornar essa desconfiança que atrapalha tanto a consolidação de um
empreendimento?
Talvez
a principal tarefa é nos avaliarmos e nos reconhecermos como pessoas
exageradamente desconfiadas. E se assim nos percebermos, talvez fosse
recomendado buscar ajuda de profissionais.
Conversar
com nosso analista, pastor, padre ou guia espiritual. Tentar colocar as pessoas
em nossa volta na perspectiva de gente séria, honesta e disposta a nos ajudar
no empreendimento.
E,
especialmente, antes de condenarmos alguém, baseado em nossas desconfianças,
nos empenharmos em entender as razões das pessoas.
Marcar
uma conversa informal, conhecer mais o que motiva o profissional, tentar
entender seus códigos e como encaminha e organiza suas atividades.
E,
principalmente, nos mantermos sempre abertos a reconsiderar nossas impressões
injustificadas e injustas e usar as informações que apuramos para solidificar
nossas alianças.
O ideal
é buscarmos sempre o equilíbrio dinâmico. Sem confiança cega mas também sem
desconfiar de tudo.
Porque
existem sim pessoas que dependem do que sabemos para complementar suas vidas e
suas chances de sucesso. Existem sim homens e mulheres que confiam de verdade
no nosso talento.
E que
merecem a reciprocidade de um tratamento digno e de confiança. Mesmo que essa
confiança seja apurada com o tempo, testada, consolidada e capaz de nos ajudar
a criar uma organização poderosa.
Pois
uma empresa é apenas uma relação viva e instável entre pessoas da cadeia
produtiva que, por interesses específicos, aprendem a confiar uns nos outros, dentro
da dinâmica do negócio.
Fonte: UOL Notícias