Uma das
decisões mais complicadas para os novos empreendedores é reconhecer, logo no
início, que cometeram um erro estratégico e decidir, rapidamente, estancar a
sangria de recursos, de tempo e de comprometimento em torno de um projeto que
já se sabe que não dará certo.
Na
maioria dos projetos que iniciamos, após um tempo de maturação, de muita luta e
investimentos, atingimos (ou torcemos para atingir) a etapa em que realizaremos
o lucro.
Realizar
o lucro é a cenourinha que nos motiva ao longo das extensas jornadas, que nos
garante a paciência para suportar exaustivas negociações e que nos anima a
esperar um ano ou mais pela colheita.
Mas nem
sempre o projeto dá certo. E quanto mais cedo percebermos que erramos de sócio,
de cálculo das reservas disponíveis ou até mesmo dos produtos ou serviços que
pretendemos entregar para o mercado, melhor.
Geralmente,
descobrimos o erro, mas ficamos inseguros em assumi-lo. Ainda tentamos nos dar
uma chance quando, no fundo, temos certeza que o projeto já era.
Nesse
momento, a melhor decisão é ter a extrema coragem de realizar o prejuízo, em
vez de cavarmos inutilmente a nossa própria falência, em busca da realização do
lucro que não acontecerá.
Para
conseguirmos um mínimo de serenidade no processo de realizar o prejuízo, o
melhor a fazer é bater um papo muito profissional com nosso contador. Ele nos
ajudará a ter uma dimensão exata do quanto nos custará desistir hoje.
Em
seguida, converse com os seus sócios e deixe claro a sua posição. Defenda-a com
clareza e serenidade. Desde que esteja convicto de que se trata de uma decisão
irreversível.
Tendo
os cálculos do contador e os procedimentos burocráticos sugeridos como
parâmetro, parta para a ação. Não se iluda. Fechar uma empresa, legalmente, é
uma tarefa dificílima, mas necessária para sua tranquilidade futura.
E assim
que realizar de fato o seu prejuízo, acrescente o custo de um jantar e convide
seus familiares e amigos mais chegados para a comemoração.
Sim, da
mesma maneira que devemos comemorar a realização do lucro, é muito importante
que registremos o fato de termos tido a coragem de nos livrar de um projeto que
tínhamos a certeza que daria errado.
Afinal,
ser empreendedor é assimilar, com o tempo, a frieza de um general. Que aprende
no calor das batalhas o momento certo de avançar. Mas que só acumulará
vitórias, se reconhecer, também, a hora certa de recuar.
No caso
do empreendedor, recuar é realizar o prejuízo quando o projeto desanda. Juntar
as energias, dar a volta por cima e começar de novo.
Fonte: UOL Economia
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