Na
maior parte das vezes, os empreendedores são otimistas. Acreditam muito que
tudo vai dar certo ao iniciarem ou gerirem seus negócios. Se assim não fosse,
muitos desistiriam de empreender no Brasil, cujo ambiente de negócios tem sido
mal classificado em relatórios como o Doing Business (The World Bank e
International Finance Corporation).
Mesmo
com boa preparação e planejamento, muitos empreendedores se deparam com
situações e eventos que colocam à prova sua capacidade de encontrar soluções.
Pois, percalços, fatos inesperados, imprevistos ocorrem.
E, se
você não contemplar medidas, alternativas e até planos de contingência, pode
ser que as chances de seu negócio de sobreviver sejam comprometidas. Estas
medidas e alternativas são de diversas naturezas, a começar por reserva financeira.
Observe
que nas associações de moradores, o estatuto destas prevê um percentual sobre a
taxa mensal para constituir um fundo de reserva que se destina justamente à
cobertura de imprevistos, emergências e até reformas.
No seu
negócio isto poderia se aplicar. Ter uma política de constituir uma reserva.
Afinal, quem não está sujeito, por exemplo, a uma ação trabalhista movida por
um ex-empregado? Que mesmo tendo recebido suas verbas rescisórias entra com um
processo solicitando horas-extras, insalubridade ou até queixas mais sérias
como assédio moral?
Aliás,
se você pensar bem, há quanto mais tempo um empregado esteja trabalhando em sua
empresa, maior é a quantia necessária para fazer face a um acerto no término
desta relação. E, aí, você está preparado?
Outros
fatos reais. O empreendedor tem loja de sapatos e acessórios femininos há
vários anos no litoral. Sabe que tem de aproveitar a alta estação e o fluxo dos
feriados. Previne-se e faz encomendas antecipadas a seus fornecedores que lhe
informam o prazo de entrega.
Só que
é comum que estes fornecedores (não importa se pequenos ou grandes) falhem em
suas entregas. E, alguns nem o avisam. E aí? Se ficar desfalcado de mercadoria
não terá o que vender para seus clientes que, ou vão comprar do concorrente ou
não voltarão.
Suponha
que seu negócio dependa de veículos ou de equipamentos. E, que estes são
importados. Situação real: quebra do veículo ou do equipamento.
Em um
outro exemplo, um veículo operava em estradas ruins e, sujeito a muito
desgaste, teve uma peça quebrada que nem a montadora previa que pudesse
acontecer com uma quilometragem baixa. A fábrica enviou engenheiros para
examinar o problema e decidir sobre a solução. Mas, até ser consertado, o
veículo ficou sem uso durante seis meses!
Em
outro caso, um equipamento planejado para operar a uma temperatura de até 50ºC,
mesmo sendo resistente a quedas (razão principal de sua aquisição), passou a
não funcionar no interior de ambulâncias que no sol, em determinada região do
país, ultrapassava os 50ºC!
Você
pode pensar que seu negócio é um aplicativo ou um e-commerce para vender roupas
e acessórios e que ada do que foi mencionado anteriormente vai acontecer com
você. Contudo, qual é mesmo o prazo e o valor que os desenvolvedores do
aplicativo ou do site lhe passaram?
É bem
comum que estes prazos sejam ultrapassados, pois não é tão simples assim chegar
a um aplicativo funcional sem bugs, sem problemas. Idem para um site de
e-commerce. Mas, você confiou nas estimativas iniciais! E, não se preveniu
adequadamente...
E, mesmo
que o site fique pronto no prazo previsto, os fornecedores das roupas e
acessórios lhe avisam que tiveram problema com recebimento de matérias-primas
ou com funcionários. Seus produtos vão atrasar. E, você vai ficar sem poder
entregar o que vender!
Não pretendo
desanimá-lo. Entretanto, algumas alternativas como relacionamento com outro
fornecedor, veículo ou equipamentos reserva, pequeno estoque de itens ou
mercadorias imprescindíveis, pessoas que possam ser acionadas rapidamente e
reserva financeira poderão fazer a diferença para a sobrevivência de seu
negócio!
Fonte: UOL Economia
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