Proliferam
na internet diversas armadilhas que tentam (e muitas vezes conseguem) ludibriar
a boa fé dos empreendedores de plantão.
Nas mais óbvias, o golpe embutido é descaradamente fácil de
perceber. Prometem almoço de graça. "Ganhe dinheiro sem fazer nada",
é o resumo das sedutoras tentativas de fisgar um ou outro empreendedor ou
desempregado desesperado.
Quem cai nesses golpes está fora de qualquer possibilidade de
ajuda, se é que esse alerta possa ajudar alguém. Porque quem despreza o
princípio absoluto de que em qualquer atividade humana "não há almoço de
graça" quer mesmo ser enganado enquanto finge que toma alguma iniciativa.
Mas existem, na mesma linha, outros golpes mais sutis. Os sites
prometem transformá-lo, em alguns passos, por meio de alguns cursos por vídeo,
num empreendedor de sucesso.
O exemplo, geralmente, vem do próprio apresentador da proposta.
Sempre sedutor, sorridente, que se diz bem-sucedido. Seus ensinamentos vêm
também com uma boa dose de autoritarismo, que julga permitido aos que se deram
bem na vida. E a rede é lançada. Pela continuidade dos sites e pela atualização
das propostas percebe-se que a "pescaria" tem dado certo.
Apesar de ser uma arte que se aprende nas boas escolas do ramo,
com consultores sérios como o Sebrae, a FGV, a Fundação Dom Cabral, a PUC,
dentre outras, empreender depende também do amadurecimento do DNA empreendedor
que todos nós temos, latente, desde o nascimento.
Apoiar, portanto, essa sede de nos tornarmos plenamente humanos,
quando desistimos do holerite e das ordens alheias, e focamos na recriação do
próprio sustento e de alguns parceiros envolvidos com a gente na tarefa, é algo
extremamente nobre.
Por isso, a semente do empreendedorismo precisa ser
cuidada com afeto, respeito, estímulos sinceros, críticas para corrigir
rumos. Ao caminhar por conta própria, o novo empreendedor reconhecerá os
estímulos recebidos, mesmo ao se levantar dos inevitáveis tombos.
O que preocupa são as várias armadilhas que se organizam para
arrancar dinheiro (que chamam de investimento) de empreendedores de primeira
viagem.
O único alerta possível, que talvez faça sentido para quem está
prestes a financiar os espertos de plantão, é que não existe almoço grátis nem
pago pela metade.
E empreender é uma arte que depende do apoio certo, sempre
humano, sempre com informações honestas, que ajuda a preparar o futuro
empresário para as imensas dificuldades que enfrentará para manter sua
organização aberta.
Fonte: UOL Economia
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