Estamos
em plena Semana Global de Empreendedorismo (SGE), que é, na realidade, o Mês
Global de Empreendedorismo, pelo menos no Brasil. Criada em 2007, é uma
iniciativa do então presidente da Kauffman Foundation (fundação americana
dedicada à disseminação do empreendedorismo), Carl Schramm, e de Gordon Brown,
ex-primeiro ministro da Inglaterra.
O evento cresceu aos poucos e esse ano tem 140 países
participantes. No ano passado, a SGE no Brasil atingiu seis milhões de pessoas,
por meio de 25 mil atividades desenvolvidas por mais de 9.000 parceiros.
Que atividades são estas? Visam o que? O objetivo é expandir e
fortalecer a cultura empreendedora, inspirando, sobretudo, os jovens, mas, de
fato, a todas as pessoas. Deste modo, disseminam-se exemplos e lições
aprendidas na trajetória de nossos empreendedores e ofertam-se inúmeras
atividades de capacitação, objetivando desenvolver as competências necessárias
para se criar um negócio.
Estas atividades podem ser palestras, oficinas, competições,
exposições, concursos, encontros, visitas, ou seja, o que a imaginação puder
criar no sentido de promover o comportamento e o espírito empreendedor.
Já discuti aqui o comportamento empreendedor e suas
competências, que podem ser empregadas como intraempreendedores, empreendedores
sociais, religiosos, funcionários públicos e políticos empreendedores (raros,
mas existem!) e qualquer seara da atividade humana.
A SGE também visa facilitar as conexões entre as pessoas, de
modo a fortalecer o ecossistema empreendedor no Brasil e no mundo. Aqui, a
liderança geral e a plataforma em que se registram todas as atividades
desenvolvidas durante a SGE estão a cargo da Endeavor Brasil, que opera por
meio de comitê nacional e regionais, parceiros, patrocinadores e apoiadores.
Se você
quiser saber o que está sendo oferecido este ano consulte o sitewww.semanaglobal.org.br. Também pode registrar
lá sua iniciativa ou a da sua escola, instituição ou faculdade. Ainda há tempo.
O ideal do movimento é estar contribuindo para o desenvolvimento social e
econômico, pelo desenvolvimento das pessoas.
Assim, quero chamar a atenção, mais uma vez, para o papel
fundamental exercido por professores no que se refere ao desenvolvimento de
nossas crianças e jovens. A educação para o empreendedorismo, em seu sentido
amplo, como destaca o professor, pesquisador e especialista em empreendedorismo
Louis Jacques Filion, da HEC, universidade do Canadá, tem a ver com identificar
oportunidades, inovar baseado numa visão.
Aliás, em plena SGE, Filion estará em São Paulo, nos dias 10 e
11 de novembro, no Encontro internacional sobre educação e empreendedorismo nas
instituições de ensino, num evento patrocinado pelo Sebrae-SP, e que será
realizado nas instalações da Escola de Negócios do Sebrae-SP. Oportunidade
única para aqueles que são professores de educação empreendedora ou
interessados em se tornar um.
É um
evento gratuito, sendo que as inscrições ainda estão abertas neste link:http://zip.net/bbp6SJ.
Além das palestras com Filion, outro especialista em empreendedorismo, Rico
Baldegger, da HEG Fribourg, universidade da Suíça, colaborará com outra
experiência internacional de educação empreendedora.
Filion destaca que é importante aprender bem sobre o que está
envolvido no ato empreendedor, as diferentes intensidades do empreender, como
se pode aprender a empreender. Enfatiza que empreender é um ofício, uma arte
que se aprende a partir de conhecimentos básicos e do domínio de habilidades
básicas.
Porém, o ofício de empreender envolve a necessidade de aprender
e de praticar, sobretudo, com alguém que já pratica o empreendedorismo. Ou
seja, destaca a importância da aprendizagem com outros que servem de modelo, de
espelho. E este processo de aprendizagem, quer com outros empreendedores ou
mesmo ao longo da própria trajetória, é um processo sem fim.
Como este ofício poderia ser promovido nas instituições de
ensino, especialmente nas de nível superior, se já não foram estimulados antes
ao longo da educação? Aí reside o grande desafio, tanto para as instituições
quanto para os professores e facilitadores. Como gerar um ambiente, uma
experiência, que seja capaz de aproximar o jovem desta realidade dos
empreendedores?
Fazer palestras e visitar empresas são os recursos mais comuns.
É mandatório ir além: Filion e outros especialistas destacam que a pedagogia
deve ser ativa, interativa e que coloque o jovem no centro da ação e da
aprendizagem. É imperativo fazê-los se envolver com a prática, o mais
aproximado e real possível, dos empreendedores.
As atividades, os desafios e projetos precisam incentivar os
jovens a trabalhar em grupo, se colocando no papel do empreendedor e
vivenciando situações do cotidiano. Buscando e interagindo com situações,
pessoas, recursos e ambiente, obtendo e analisando respostas e resultados, que
conduzirão à busca de alternativas e de soluções inovadoras. Quem quiser saber
mais e queira agarrar as oportunidades da SGE, as informações estão aí!
Fonte: UOL Economia
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