Para
os governos e corporações acuados pela frequência cada vez maior de ataques
pela internet, o maior desafio é encontrar guerreiros cibernéticos capacitados
para reagir.
As
atividades hostis de espiões, sabotadores, concorrentes e criminosos abrem
espaço para a expansão das atividades das empresas de segurança digital, as
quais são capazes de atrair os melhores talentos das unidades cibernéticas
governamentais.
O
Comando Cibernético dos EUA deve quadruplicar de tamanho até 2015, recebendo
4.000 novos funcionários. A Grã-Bretanha anunciou no mês passado a criação da
nova Reserva Cibernética Conjunta, e do Brasil à Indonésia governos nacionais
criam forças semelhantes.
Mas
a demanda por especialistas supera amplamente o número de profissionais
qualificados para a tarefa, e os governos acabam perdendo mão de obra para
concorrentes que oferecem grandes salários.
"Como
com qualquer coisa, realmente se resume ao capital humano, e não há
simplesmente suficiente dele", disse Chris Finan, ex-diretor de segurança
cibernética na Casa Branca e hoje pesquisador-sênior do Projeto Truman de
Segurança Nacional, além de trabalhar para uma start-up no Vale do Silício.
"(Os
profissionais) escolhem onde trabalhar com base no salário, estilo de vida e
falta de uma burocracia interferente, e isso torna particularmente difícil
trazê-los para o governo."
Os
ataques cibernéticos podem ser caros. Uma empresa de capital aberto de Londres,
cujo nome não foi revelado, sofreu prejuízos de 800 milhões de libras (R$ 2,8
bilhões) por causa de um ataque cibernético anos atrás, segundo serviços
britânicos de segurança.
Globalmente,
os prejuizões oscilam entre US$ 80 bilhões e US$ 400 bilhões por ano, segundo
pesquisa do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, de Washington,
patrocinado pela McAfee, subsidiária da Intel.
Há
ataques de muitos tipos. Alguns envolvem apenas a transferência de dinheiro,
mas com mais frequência também há furto de dados de cartões de crédito de
clientes. Outro tipo de apropriação é o de propriedade intelectual ou segredos
comerciais, para garantir vantagens empresariais.
As
vítimas também podem sofrer ataques de "hacktivistas", como a negação
de serviço dirigido ou a derrubada de sites, cujo conserto pode custar caro.
Quantificar
os prejuízos exatos é algo quase impossível, especialmente quando segredos e
dinheiro não são os únicos alvos.
Embora
nenhum governo tenha assumido a responsabilidade pelo vírus Stuxnet que destruiu
centrífugas nucleares iranianas, existe a forte convicção de que se tratou de
um projeto conjunto dos EUA e de Israel.
A
Grã-Bretanha diz ter bloqueado no ano passado 400 mil ameaças cibernéticas
avançadas contra a Intranet protegida do governo, enquanto um vírus disparado
contra a empresa energética saudita Aramco, possivelmente a companhia mais
valiosa do mundo, destruiu dados em milhares de computadores e colocou nas
telas uma imagem da bandeira dos EUA em chamas.
Fonte: Folha.com
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