Diante
dos estímulos do governo e da inflação mais baixa, as vendas do comércio
varejista surpreenderam analistas e cresceram, pelo segundo mês seguido, acima
do previsto.
A
LCA esperava uma expansão de apenas 0,3%, muito abaixo da alta de 0,9% de julho para agosto, divulgada
pelo IBGE na manhã desta terça-feira (15). As previsões da maior parte de
bancos e consultorias apontavam para um crescimento de 0,2%.
O
desempenho de agosto também superou as expectativas de outras instituições como
Itaú e a consultoria Rosenberg & Associados. O banco previa uma expansão de
0,2%. Já a consultoria estimava uma taxa próxima à estabilidade, com alta de
0,1%.
"Pelo
segundo mês consecutivo, o comércio varejista surpreendeu positivamente. O bom
desempenho foi disperso entre os grupos, com apenas duas atividades registrando
queda em relação ao mês anterior [julho]", diz Rosenberg, em relatório.
PROJEÇÃO
Com
o resultado de agosto acima do previsto, a LCA revisou sua projeção para o
crescimento das vendas do comércio em 2013. A previsão passou de 4,1% para 5%
--o que pode resultar em um desempenho melhor do PIB.
"Colocamos
um viés de alta sobre nossas projeções preliminares para o PIB do terceiro
trimestre, que, por enquanto, estão no terreno negativo, porém, podem ficar
mais perto da estabilidade", diz a consultoria.
Segundo
a Rosenberg, se o comércio varejista ficasse estável no patamar de agosto até o
final do ano, uma expansão de 4,1% já estaria assegurada neste ano. "Isso
sinaliza que nossa expectativa de 4,5% ainda é bastante factível e pode até ser
levemente superada, com a menor pressão dos índices de inflação, especialmente
de alimentação."
Para
a consultoria, "o Natal pode ser realmente um pouco melhor que o
inicialmente esperado".
Segundo
a LCA, o segmento de eletrodomésticos "segue amplamente estimulado pelo
programa Minha Casa Melhor", que dá crédito subsidiado para a compra de
equipamentos para famílias beneficiadas pelo "Minha Casa, Minha
Vida", programa de habitação popular.
Outro
fator que impulsionou o comércio, diz, veio do aumento das vendas de veículos,
beneficiadas pelo IPI menor.
A
LCA ressalta ainda que apenas dois ramos tiveram queda de julho para agosto
--combustíveis e vestuário. No caso do vestuário, a alta dos preços das roupas
com o lançamento da nova coleção "já sinalizava uma possível perda de
dinamismo das vendas neste segmento".
O
Itaú também ressalta o impacto do programa de subsídios do governo para a
compra de móveis e eletrodomésticos sobre as vendas do varejo.
Fonte: Folha.com
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