O dólar
disparava mais de 3 por cento nesta segunda-feira, retomando o patamar de 2,54
reais e voltando às máximas desde 2008, após a reeleição da presidente Dilma
Rousseff (PT) deixar os investidores apreensivos com o futuro da política
econômica do país.
Às
10h19, a moeda norte-americana subia 3,57 por cento, a 2,5447 reais na venda.
Na máxima, chegou a subir 4,21 por cento, a 2,5605 reais, maior nível intradia
desde 5 de dezembro de 2008, quando atingiu 2,6190 reais.
Na
sexta-feira, a divisa norte-americana havia caído 2,26 por cento em meio a
rumores de que o desempenho do candidato Aécio Neves (PSDB) nas urnas,
derrotado por Dilma no domingo, seria melhor.
"O
mercado está operando no escuro", afirmou o superintendente de câmbio da
corretora Intercam, Jaime Ferreira. "Nós sabemos quem é o presidente, mas
agora queremos saber quem é o ministro da Fazenda e como de fato vai ser esse
próximo governo. Só aí vai dar para saber onde o dólar vai se acomodar".
Dilma,
cuja política econômica é alvo de críticas nos mercados financeiros, foi
reeleita no domingo com o eleitorado mais dividido desde a redemocratização do
país.
Apesar
de Dilma também ter acenado com o diálogo, investidores mostravam-se céticos.
Segundo analistas, os mercados financeiros devem continuar voláteis até que ela
dê sinais concretos de que está disposta a mudar a política econômica.
Em seu
discurso após a reeleição na noite passada, a presidente disse que faria
"ações locais, em especial na economia, para retomar o nosso ritmo de
crescimento".
Uma
outra questão que os mercados vão querer ver resolvida é a formação da nova
equipe econômica. Segundo publicou a Reuters na véspera, Dilma quer manter
Alexandre Tombini à frente do Banco Central e deve convidar o empresário Josué
Gomes para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior. No ministério da Fazenda, os nomes que ela trabalha são do ministro
da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do ex-secretário-executivo da Fazenda,
Nelson Barbosa.
"Está
muito cedo. O mercado tem que aguardar as próximas notícias e as próximas
sinalizações, mas, por enquanto, está pessimista", afirmou o operador da
corretora B&T Marcos Trabbold, que acredita que o BC pode fazer leilões
adicionais de swaps cambiais se a volatilidade ficar excessiva.
Nesta
manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a
venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3,1 mil
contratos para 1º de junho e 900 contratos para 1º de setembro de 2015, com
volume equivalente a 197,2 milhões de dólares.
O BC
também fará nesta sessão mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 3 de
novembro, que equivalem a 8,84 bilhões de dólares, com oferta de até 8 mil
contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 80 por cento do
lote total.
O
contrato de dólar futuro para novembro subia cerca de 2,40 por cento nesta
sessão. Segundo analistas, o movimento era mais fraco no mercado futuro porque
o derivativo já havia reduzido as perdas após o fechamento do dólar à vista na
sexta-feira e pela aproximação do vencimento do contrato futuro.
Fonte: REUTERS
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