Diante
de sinais de maior pressão da alta dos preços, economistas de instituições
financeiras voltaram a ver a inflação muito perto do teto da meta do governo
neste ano, ao mesmo tempo em que mantiveram a perspectiva de novo aperto
monetário em 2015.
De
acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, a
estimativa de alta do IPCA neste ano subiu a 6,45 por cento, contra 6,32 por
cento anteriormente. A meta do governo é de 4,5 por cento, com margem de 2
pontos percentuais para mais ou menos.
O salto
aconteceu após a divulgação, na semana passada, de que a inflação oficial
brasileira surpreendeu em setembro e atingiu em 12 meses o maior nível em quase
três anos, de 6,75 por cento.
Em
relação a 2015, os especialistas consultados no Focus mantiveram a perspectiva
de que o IPCA subirá 6,30 por cento. Para os próximos 12 meses, a perspectiva
para a inflação na pesquisa permaneceu em 6,38 por cento
Já o
Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, vê
estouro da meta neste ano com o IPCA a 6,51 por cento, alta de 0,2 ponto
percentual sobre a estimativa anterior. Para 2015, entretanto, o grupo reduziu
sua projeção em 0,02 ponto, a 6,38 por cento.
SELIC
Apesar
de verem a inflação maior neste ano, os analistas consultados pelo BC não
mudaram suas contas sobre a Selic, vendo novo aperto monetário apenas no
próximo ano.
A taxa
básica de juros deve encerrar este ano no atual patamar de 11 por cento, e
também não alteraram a perspectiva para 2015 de 11,88 por cento na mediana das
projeções.
O BC
começou a elevar a Selic em abril do ano passado, tirando a taxa da mínima
histórica de 7,25 por cento para o atual nível. A autoridade monetária tem dado
sinais de que não deve mexer tão cedo na taxa, mas já deixou aberta a porta
para novas elevações.
Essa
foi a primeira pesquisa Focus em que os analistas forneceram suas projeções
após a definição da disputa do segundo turno das eleições presidenciais, entre
a presidente Dilma Rousseff, do PT, e o candidato do PSDB, Aécio Neves.
Pesquisas
eleitorais vêm ditando o ritmo dos mercados, com o candidato tucano sendo o
preferido dos investidores já que promete uma postura mais ortodoxa, enquanto a
política econômica do atual governo é criticada.
Sobre a
expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, a projeção no Focus subiu a
0,28 por cento por cento, contra 0,24 por cento na semana anterior e
interrompendo 19 semanas seguidas de queda nas contas. Já para 2015, a
estimativa para o crescimento do PIB continuou em 1,0 por cento.
Fonte: REUTERS
Nenhum comentário:
Postar um comentário