A
opinião geral é de que a hospedagem no Brasil é bastante cara. E, isto por uma
série de razões, parecendo que uma delas é ainda a oferta de leitos reduzida,
sobretudo em algumas cidades.
E os
preços ficam ainda mais caros em épocas de grande procura como no Carnaval,
Réveillon, grandes festivais e eventos, férias etc.
Em
cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, os preços são salgados (no Rio ainda
mais). Deste modo, tanto os turistas brasileiros quanto os estrangeiros que não
tenham tantas posses ou que prefiram outro tipo de experiência que o ambiente
mais impessoal dos hotéis, ficam com poucas opções de hotelaria mais barata.
No
exterior, sobretudo para os turistas mais jovens, a solução já existe há pouco
mais de um século.
Não sei
se o leitor já teve a experiência de se hospedar em algum albergue ou hostel.
Nas minhas relações mais próximas há quem já o tenha feito em viagem com a
turma de colegas na Europa. E, de fato, este tipo de hospedagem é bem afeita à
população mais jovem.
Há
jovens que preferem a possibilidade de compartilhar com outros jovens de
diferentes nacionalidades e culturas desde a experiência de dividir quartos
quanto os espaços de convivência.
Dependendo
do albergue, os banheiros também são compartilhados (femininos e masculinos).
Há regras muito claras de convivência, desde horários de café da manhã, refeições,
entrada e saída do albergue, limpeza e arrumação.
Famílias
também buscam albergues e tem como serem hospedadas em quartos separados, e
mesmo casais tem como se hospedar naqueles que ofereçam quarto reservado, até
com banheiro exclusivo.
Engana-se,
no entanto, quem acha que esses albergues não possam oferecer mais requinte. Há
hostels mais sofisticados que se posicionam como "hostel boutique",
oferecendo ambientes decorados tanto nas áreas de socialização quanto nos
quartos e banheiros.
A Copa
do Mundo ajudou a acelerar o interesse de empreendedores por este tipo de
negócio no Brasil. Diversas unidades foram inauguradas com olho no movimento
dos turistas, sobretudo estrangeiros. Para alguns, esta expectativa foi
frustrada, pois a demanda não foi tão elevada.
Particularmente
os turistas brasileiros ainda têm preconceito e são menos afeitos à procura de
albergues. Esta experiência de compartilhamento não lhes apetece muito, mesmo
que os preços sejam atrativos.
Há de
ter uma abertura e disposição que são mais frequentemente percebidas nos
turistas mais acostumados com os albergues, por exemplo, os europeus.
Hoje,
com mais divulgação, escolha cuidadosa de localização, cumprimento de
exigências do movimento, medidas de segurança que possibilitam ao hóspede
guardar objetos e bagagem pessoal em armários seguros, serviços de vigilância,
e pessoal mais treinado para interagir com estrangeiros, essas barreiras
começam a diminuir.
As
federações e associações de albergues são fontes de informação quanto aos
critérios a serem seguidos, desde faixas de preços, cuidados ambientais,
prevenção de contaminação, reciclagem e eliminação de desperdícios, entre
outros. O empreendedor interessado deverá pesquisar nestas fontes, bem como é
interessante que visite e que se hospede em vários deles.
Há de
ter a experiência pessoal, além de conhecimento sobre negócios, hotelaria e
turismo. Contudo, não ache que o investimento inicial venha a ser pago
velozmente. A operação do demanda tempo de ajuste, formação de equipe, bom
trabalho de marketing e imagem.
Fonte: UOL Notícias
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