É fato
que não temos mais privacidade com toda tecnologia. Mesmo contra sua vontade,
seus amigos podem tirar uma foto sua ou até mesmo indicar sua presença em
qualquer lugar fazendo o famoso "check in".
Tudo
pode parecer muito normal hoje em dia, mas quando voltamos essa falta de
privacidade para o trabalho temos que ficar atentos para um perigo eminente.
Em nome
da segurança, muitas empresas (legalmente) já estão monitorando os conteúdos
das mensagens de envio e recebimento dos seus usuários. Por causa disso, sempre
oriento que conteúdos particulares sejam destinados para e-mails pessoais.
Mas
essa linha divisória entre sua vida profissional e pessoal já não existe mais.
Recentemente,
vimos casos de demissão de profissionais que não tiveram fora do trabalho uma
conduta condizente com a que sua empresa pregava. Ou seja, o que você anda
fazendo fora do horário de expediente pode te prejudicar na empresa.
O que
me preocupa no excesso dessa exposição são os pré-julgamentos infundados. Somos
pessoas com vários interesses diferentes que vão além do trabalho.
Nem
sempre todos conseguem trabalhar em algo que se identificam 100%. Por isso,
dedicar-se a um hobbie diferente é a válvula de escape para lidar com a pressão
do trabalho no dia a dia.
Vou
contar um caso que presenciei de perto. Um funcionário exemplar da linha de
produção de uma multinacional da indústria automobilística também tinha gosto
pela dança. Perfeitamente normal. Por trabalhar num ambiente fabril, preferiu
não comentar sobre seu hobbie para colegas da empresa.
Acontece
que o grupo de dança fez uma apresentação de sua coreografia num evento privado
e uma foto foi tirada (por alguém desconhecido) desse funcionário dançando e
foi espalhada de forma vexatória pelos murais da empresa.
Ele
sofreu com as gozações dos colegas e acabou pedindo demissão da empresa que
trabalhava há mais de 12 anos! Mais uma vítima da exposição virtual.
Já não
é mais segredo que selecionadores analisam seu perfil nas redes sociais antes
de convocar para a entrevista. Em minha opinião, não há nada de errado em dar
uma olhada no perfil dos candidatos para conhecê-los um pouco melhor.
No
entanto, tenho percebido que as redes sociais estão sendo utilizadas de forma
questionável por alguns selecionadores de recursos humanos. Uma coisa é olhar
perfil de alguém com intuito de conhecer melhor seus hábitos, outra coisa é
julgar um profissional por seus hobbies e interesses.
E a má
noticia não para por aí. Já tem empresa criando vagas para profissionais
bisbilhotarem os conteúdos e pensamentos que seus colaboradores postam nas
redes sociais.
Essa
vigilância permanente nos levará a uma sociedade de profissionais falsos? Sou
incapaz de responder essa pergunta, mas enquanto isso, se liga no que anda
postando!
Fonte: UOL Notícia
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