Com
o aumento da taxa básica de juros, empresários devem ter cautela ao tomar
empréstimo para formação de estoque: tentar alongar prazos de pagamento com
fornecedores e buscar opções em vários bancos.
Em
quatro meses, a Selic (taxa básica de juros) subiu 1,75 ponto percentual,
chegando a 9% ao ano na última semana.
Como
a Selic é usada como referência para demais operações de crédito no país, as
empresas deverão sentir um aumento de custo na hora de buscar empréstimos para
capital de giro e investimentos.
O
crédito para as pequenas empresas também pode ficar mais escasso. Luiz Rabi,
economista do Serasa, diz que as pequenas já têm menos opções de financiamento
no mercado financeiro, como captação por venda de ações.
Além
disso, diz Rabi, como o mercado de capitais está em um momento desfavorável
(inclusive com cancelamentos de aberturas de capitais programadas para este
ano), é possível que a maior parte do crédito bancário seja destinada a grandes
empresas, que acabam sendo preferidas pelos bancos por oferecerem risco menor.
Por
isso, o momento é de cautela na realização de investimentos e compras de
estoques, inclusive para as vendas de Natal, afirma Celso Grisi, professor de
macroeconomia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais
e Financeiras).
O
risco é se endividar agora e a demanda não ser suficiente para fechar a conta.
"O
empresário deve fazer uma análise do fluxo de caixa antes de ir ao banco.
Assim, ele verifica que valor de parcela cabe para a empresa dele", afirma
o consultor do Sebrae-SP João Carlos Natal.
O
consultor recomenda que os empresários pesquisem em mais de uma instituição
para conseguir negociar melhores prazos e taxas.
Revisar
os custos da empresa e apresentar bons planos na hora de procurar um
financiamento também são pontos a favor da obtenção de melhores condições, diz
o consultor Maurício Galhardo, da Praxis Business.
DEMANDA
Outro
fator que deve ser levando em conta é uma possível redução do consumo.
Com
o orçamento já comprometido com o pagamento de dívidas (21,5% da renda das
famílias brasileiras, segundo dados do Banco Central) e crédito mais caro, a
população tende a consumir menos, diz Paulo Feldmann, presidente do conselho da
pequena empresa da Fecomercio-SP.
Além
disso, aplicações como a poupança e alguns títulos do Tesouro aumentaram sua
rentabilidade com a taxa de juros. Assim, consumidores são estimulados a poupar
em vez de consumir.
As
empresas devem estar atentas principalmente ao estabelecer preços: de um lado,
seus custos tendem a aumentar e pressionar os preços para cima, enquanto, de
outro, a economia mais fraca faz com que elas sejam incentivadas a reduzir
esses valores.
Fonte: Folha.com
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