O ano vai terminar com um saldo comercial de apenas
US$ 2 bilhões. Essa é a previsão mais atualizada do Banco Central (BC) e, se
confirmada, vai representar um mergulho de 89,7% em relação ao superávit de US$
19,4 bilhões em 2012. A queda do saldo entre exportações e importações terá
sido a maior, de um ano para o outro, dos últimos 18 anos.
De 1994, quando o Plano Real foi instituído, para
1995, o saldo comercial caiu 133,1% - saiu de um superávit de quase US$ 11
bilhões para um déficit de mais de US$ 3 bilhões . O fenômeno, à época, foi
encarado como "efeito inevitável da estabilização" - a nova moeda, o
real, estava fixada ao dólar na razão de um para um, o que estimulou fortemente
as importações, ao mesmo tempo em que reduziu drasticamente a remuneração dos
exportadores.
Nos últimos 50 anos, apenas em quatro a redução do
saldo comercial ocorreu em um ritmo maior do que o verificado agora na gestão
Dilma Rousseff. Foram nos anos de 1962, sob a presidência de João Goulart, em
1971, quando o Palácio do Planalto era ocupado por Emilio Garrastazu Médici, e
em dois anos do governo Ernesto Geisel, em 1974 e 1978.
O tombo da balança comercial em 2013 será superior
àquele verificado entre 1967 e 1968, quando o saldo comercial caiu 87,6%.
Naquele período, o Brasil viu a demanda pelas exportações cair fortemente por
causa das diversas revoltas sociais e revoluções que abalaram os países
europeus, a então União Soviética e também os Estados Unidos. O próprio Brasil
sofreu com manifestações contra o regime militar, que terminaria o ano com o
Ato Institucional número 5 (AI-5).
Mas o buraco em 2013 pode ser ainda maior do que a
previsão feita pelo Banco Central. Uma fonte graduada da equipe econômica do
governo afirmou ao JORNAL o Estado de S. Paulo que um déficit na balança
comercial ainda não está totalmente descartado. A principal variável para
determinar o resultado será o desempenho da "conta petróleo" - nome
dado para as exportações e importações de petróleo e derivados.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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