Numa
tendência inversa a dos últimos anos, a desigualdade no Brasil ficou estagnada
e o motivo é que o rendimento das faixas de renda mais alta cresceu num ritmo
mais acelerado do que as de renda menor, especialmente no extrato do 1% mais
rico da população. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios) de 2012, que investiga informações do mercado de trabalho, acesso a
serviços públicos e bens duráveis, educação, entre outros.
O
dado que sinaliza a concentração maior de renda indica que o rendimento dos que
estão no topo da pirâmide (1% mais ricos) cresceu 10,8%, numa velocidade
superior à média e ao das faixas de menor remuneração. A renda dos 10% mais
pobres cresceu 6,6%.
Esses
dados consideram apenas o rendimento do trabalho, cujo crescimento médio foi de
5,8% de 2011 para 2012 --ritmo que provavelmente não se repetirá neste ano,
segundo analistas, diante do crescimento menor da economia e do menor reajuste
do salário mínimo em 2013. Com isso, a faixa dos 1% mais ricos aumentou sua
participação no total de rendimento de 12% para 12,5% de 2011 para 2012. Já na
base da pirâmide, a fatia se manteve em 1,4%.
Como
consequência da disparidade do aumento da remuneração de ricos e pobres, o
Índice de Gini (medida de distribuição de renda) dos rendimentos do trabalho
reduziu sua velocidade de queda e ficou em 0,498 em 2012 --quando mais perto de
zero, menor é a desigualdade. Em 2011, havia sido de 0,501 --uma diferença de
apenas 0,03 ponto percentual. Houve uma piora da distribuição de renda no
Nordeste, única região com aumento do índice.
Para
Sônia Rocha, economista do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e
Rendimento), a "pior notícia e a maior novidade" dos dados da Pnad é
o crescimento da renda dos mais ricos, o que pode ter acontecido pela restrição
da oferta de profissionais qualificados.
Fonte: Folha.com
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