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terça-feira, 2 de julho de 2013

Análise: Recuperação econômica se tornou ainda mais incerta após manifestações




O cenário da reticente recuperação da economia brasileira se tornou ainda mais incerto após a eclosão das manifestações sociais nas últimas semanas.

A retomada depende principalmente de investimentos, que dependem da confiança dos empresários na retomada.

O modelo de crescimento econômico baseado em expansão insustentável do consumo se esgotou, deixando como herança pressões inflacionárias.

Depois de resistir a atacar o problema, o governo mudou de estratégia há alguns meses. Resolveu tentar combater a alta de preços com aumento mais forte da taxa de juros.

Ao tornar o custo de tomar dinheiro emprestado mais caro, o aperto monetário tende a inibir o consumo.

A expectativa era de que uma postura mais firme de controle da inflação contribuiria para animar as empresas que, em resposta, aumentariam os investimentos.

Seria a rota para um ciclo de crescimento mais sustentável. Mas o experimento foi atropelado pela virulência dos protestos.

Economistas têm evitado estimar o impacto imediato das manifestações das últimas semanas sobre o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre.

Há um reconhecimento, no entanto, de que a turbulência já mordeu um pedaço do crescimento. Faz sentido: lojas fechadas não vendem. Atrasos na entrega de encomendas prejudicam a produção da indústria. Esses são efeitos de curto prazo que podem desaparecer à medida que os protestos continuem a perder força.

Para a economia no médio prazo importará o impacto da recente explosão de insatisfação social sobre a confiança de consumidores e empresários.

Dados positivos poderiam ajudar a melhorar os ânimos, mas as boas notícias têm tardado a dar o ar da graça.

A indústria, que tinha emitido sinais de estar saindo do atoleiro em abril, voltou a afundar em maio.

Os poucos indicadores disponíveis para junho estão mais para pasmaceira do que para retomada vigorosa. A confiança de consumidores e empresários, por exemplo, caiu.

Reportagem publicada hoje na Folha mostra que o varejo está mais pessimista. O IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) afirma que a forte recuperação antevista para julho e agosto está ameaçada.

Nenhum sinal, portanto, de que o tão necessário otimismo esteja ensaiando voltar.

Fonte: Folha.com


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