A
falsificação de cartuchos de tinta para impressão atinge hoje entre 5% e 7% dos
produtos disponíveis no mercado mundial, e funcionam em cadeias de produção
globalizadas, segundo estudo da empresa Hp. O custo estimado para a indústria é
de US$ 3,5 bilhões a US$ 5 bilhões por ano.
Na
maior parte das vezes, o produto falsificado é vendido em lotes, misturado ao
original em grandes encomendas. Assim, empresas e o próprio governo são os mais
prejudicados.
Segundo
investigações feitas pela empresa em parceria com autoridades locais (no
Brasil, Polícia Federal e Receita, por exemplo), os produtos contém alta
sofisticação em sua embalagem, com o intuito de enganar o consumidor e têm
preço cerca de 10% menor do que os originais.
As
cadeias de produção funcionam em modelo similar ao da de produtos como perfumes
e remédios que, assim como as tintas, podem ter ligação com o crime organizado.
Os
selos que atestariam a qualidade do produto são feitos na China, Rússia e
Paraguai, os cartuchos na China e Equador, e caixas e materiais impressos, na
Colômbia, Peru e Brasil. Aqui, também é feita a chamada "integração",
quando as peças são reunidas e o produto é passado para os vendedores.
Segundo
Luiza Pablo Alcalá, responsável pelo programa antipirataria na HP, a
investigação observou que vários falsificadores presos já tinham sido
investigados pela participação no crime organizado. "Com a pirataria, o
crime gera caixa para investir em atividades mais complexas", afirma
Alcalá.
A
Polícia Federal já encontrou pontos de "integração" em Maringá e
Londrina, no Paraná, em Manaus (AM) e na cidade de São Paulo.
Segundo
Alcalá, próximos aos locais da "integração", geralmente são
encontradas as oficinas onde a tinta é produzida. A maior parte fica em casas
em bairros afastados, e reúnem condições péssimas de trabalho. "As pessoas
tem contato direto com o 'toner' [pó de tinta]", afirma Alcalá.
Na
América Latina, 50% das apreensões foram feitas no Brasil.
Na
maioria das vezes, a tinta falsificada não funciona, ou a impressão fica com má
qualidade. Também há casos de vazamentos, que podem prejudicar a impressora.
A
Hp recomenda que o comprador evite revendedores que façam preços muito abaixo
do mercado ou que divulguem que estão vendendo um lote "especial".
No
produto, o comprador deve desconfiar de embalagens que aparentem estar mal
acabadas. Cartuchos com vazamento, cheiro de óleo, sinais de uso anterior ou
resquícios de tinta ou pó de toner também podem indicar falsificação.
Fonte: Folha.com
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