Mudar
de carreira exige coragem, planejamento e um bom diploma na mão. Nesse último
quesito, os cursos de educação a distância têm se tornado uma alternativa para
quem deseja fazer essa transição e não tem tempo para frequentar uma faculdade
diariamente.
Essa
foi a escolha de Viviane Silva Motta, 32, que trabalhava em uma corretora de
seguros quando se inscreveu para o curso de tecnólogo em marketing.
"Eu
queria mudar de área e achei que esse formato era o ideal, porque não dava para
eu ir todos os dias às aulas", conta.
Para
Adriana Azevedo, coordenadora do núcleo de educação a distância da Universidade
Metodista de São Paulo, "fazer um curso nesse formato é uma boa estratégia
para pessoas que percebem, em uma certa etapa da vida, que a escolha
profissional que fizeram não irá lhes render um bom futuro".
Ela
conta que a maioria dos alunos da instituição tem entre 29 e 35 anos e que os
cursos são, em média, 30% a 40% mais baratos que os convencionais, com aulas
presenciais diariamente.
Optar
por um programa credenciado e, de preferência, fazê-lo numa faculdade de
prestígio são as melhores decisões a serem tomadas.
"A
credencial de uma faculdade joga muito a favor na hora de procurar um emprego,
porque o recrutador parte do pressuposto de que uma escola de renome tenha uma
metodologia que garanta o aprendizado", explica Marcelo Cuellar, gerente
da consultoria de recrutamento Michael Page.
Entretanto,
há alguns entraves. Um deles é a dificuldade de, estudando em casa, conhecer
profissionais na nova carreira, um dos modos mais efetivos de conseguir uma
vaga.
Pela
legislação brasileira, todo curso desse tipo tem de organizar encontros
presenciais, seja para avaliações, seja para práticas em laboratórios. Essas
são as principais oportunidades para fazer contatos -também é possível fazer
isso virtualmente, por meio de chats e fóruns de discussão.
Como
o contato pessoal não é diário, quem tem dificuldade para criar relações de
amizade precisa se esforçar se quiser mudar de área. Motta, que estudou
marketing, conta que não fez tantos contatos e está tendo dificuldade em se
colocar no novo setor.
"Mando
currículos para as empresas por meio de sites de recolocação e ainda não fiz
nenhuma entrevista."
Uma
forma de fortalecer a rede de relacionamentos é manter-se ativo nas redes
sociais. "Eu, particularmente, mantenho contato via internet com gente que
não conheço pessoalmente", conta Cuellar, da Michael Page.
O
melhor, segundo ele, é interagir e não apenas ter centenas de pessoas no grupo
de amigos de sites como o LinkedIn.
"É
só saber usar a tecnologia ao seu favor, postando trabalhos, vídeos e interagindo
com pessoas de seu interesse", afirma.
De
acordo com ele, na hora de elaborar o currículo ou em uma entrevista de
emprego, não há problema em dizer que o curso foi feito pela internet.
"Mas
o mais eficaz em uma entrevista, ou seja, o que vai influenciar a decisão do
contratante, é falar do que você aprendeu, e não ficar citando que havia
videoaulas e chats", afirma.
Pela
regulamentação do setor, os diplomas não precisam indicar em qual modalidade o
curso foi feito, presencial ou a distância.
Cuellar
também recomenda que os profissionais busquem alternativas para ganhar
experiência na nova carreira.
"Se
não tem como largar o emprego, faça coisas na hora do almoço, nos finais de
semana e até fazendo atividades voluntárias", diz.
Na
hora da seleção, o candidato também pode contar algumas vantagens, diz Azevedo,
da Metodista.
"Um
profissional que estudou nessa modalidade está mais acostumado a lidar com
tecnologia, pois participa da chats e assiste videoconferências", afirma.
"Além disso, ele faz uso de uma escrita muito mais competente, porque essa
é a principal forma de comunicação."
Fonte:
Folha.com
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