Com baixa movimentação nas lojas de todo o Brasil no mês de junho, a inadimplência do consumidor teve alta de 1,52% - menor índice registrado em 18 meses pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), com base em dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).
O aumento do custo de vida ocasionado pela inflação acima da meta é um dos fatores a ser levado em conta, além da falta de planejamento financeiro na tomada de crédito. "O cenário macroeconômico de 2012 e os primeiros meses de 2013 foram muito favoráveis ao consumo e isso fez com que muita gente contraísse crédito, mas sem planejamento orçamentário, acabou enfrentando dificuldades para arcar com as demais parcelas", explica o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
Outros dois fatores que contribuíram para a piora do desempenho do comércio no sexto mês de 2013 foram as manifestações de rua em todo o País e a Copa das Confederações. "Os protestos também podem ter ajudado a despertar uma maior preocupação dos brasileiros com a economia, o que invariavelmente afeta o comportamento e a confiança do consumidor", diz Pellizzaro Junior.
Já a Copa das Confederações teve sua influência sentida pelos lojistas por causa dos feriados decretados nas cidades-sede que receberam jogos do torneio. Além disso, alguns trabalhadores foram dispensados pelas empresas mais cedo e algumas partidas foram realizadas no sábado, que é considerado um dos dias que mais movimentam o varejo.
Na comparação com o mês maio deste ano, o número de consumidores inadimplentes na base de registros do SPC apresentou um crescimento de 1,13%. No acumulado do semestre, o aumento chega a 6,40%.
Vendas a prazo
As vendas a prazo no comércio varejista desaceleraram pelo terceiro mês consecutivo e fecharam o mês de junho com uma leve variação de 0,67%, na comparação com o mesmo período de 2012. Esse é o menor crescimento anual já registrado, desde janeiro de 2012.
Segundo a CNDL, os números de junho mostram um ritmo de estagnação do comércio, afetado por uma combinação de fatores que prejudicaram as vendas, como a inflação alta, o dólar mais caro, os juros mais altos e a baixa produção industrial.
Na comparação com maio, a retração nas vendas foi de 3,74% e no acumulado do semestre – de janeiro a junho de 2013, frente ao mesmo período de 2012 -, as vendas apresentam um crescimento de 6,15%.
Outro atenuante para o fraco desempenho de junho foi o fator calendário, uma vez que junho contou com menos dias úteis e maio foi beneficiado pelo movimento das lojas no Dia das Mães, considerada a segunda data mais lucrativa para os lojistas.
Recuperação de crédito
O número de cancelamento de registros, que reflete a recuperação de crédito no varejo e a quitação de dividas em atraso, foi negativo em junho de 2013 e apresentou um encolhimento de 1,64% sobre o mesmo mês de 2012. Em relação a maio, a recuperação de crédito também caiu e apresentou uma retração de 2,50%.
No acumulado do semestre, contudo, o número de consumidores que saldaram dívidas em atraso e voltaram a ter crédito no mercado é positivo e cresceu 5,14%, segundo o indicador do SPC Brasil.
Na avaliação de Pellizzaro Junior, o levantamento demonstra que o comprometimento da renda da população para quitar dívidas, somados ao encarecimento do crédito e a permanência da inflação em patamares altos, dificultaram a renegociação de dívidas no mês de junho.
Fonte: InfoMoney
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