O
consumo das famílias se recuperou em abril, mas menos do que o esperado por
economistas.
O
principal freio para o desempenho do comércio em abril foram as vendas dos
supermercados que, pelo terceiro mês consecutivo, recuaram em relação ao mês
anterior (descontados efeitos sazonais).
Com
isso, as vendas do varejo (excluindo as de automóveis que tiveram alta)
cresceram apenas 0,5% em abril na comparação com março, contra projeções de
expansão, em média, de 1,2%. Incluídas as vendas de carros, o crescimento foi
de 1,9%.
Apesar
de os dados terem decepcionado em termos de magnitude, somados a indicadores
divulgados até agora, como a recente forte alta da produção industrial,
confirmam que a economia está se recuperando depois do pífio desempenho no
primeiro trimestre.
Mas
há ainda muitas dúvidas sobre o ritmo da retomada.
O
consumo das famílias foi a principal causa, do lado da demanda doméstica, para
o fraco crescimento do início do ano. O resultado das vendas do comércio em
abril sugere que a inflação voltou a conter o consumo.
O
governo aposta em investimentos como motor do crescimento daqui para a frente.
Está otimista com dados recentes que apontaram para continuação da recuperação
registrada no primeiro trimestre.
Investimentos
são importantes porque criam condições para que a economia cresça mais de forma
sustentada, ampliando a capacidade que as empresas têm de atender a demanda das
famílias.
Não
está claro, no entanto, se o fôlego recobrado recentemente pelo combalido setor
industrial será duradouro, até porque a base de comparação para os indicadores
que estão sendo divulgados agora é muito fraca. É mais fácil crescer em
comparação a um período de desempenho baixo.
Além
disso, a sustentação da recuperação do investimento vai depender também do que
continue ocorrendo com o consumo das famílias.
Empresários
levam as perspectivas de demanda em conta na hora de decidir gastar para
ampliar sua capacidade de produção, melhorar sua logística, fazer publicidade.
Dois
fatores serão muito importantes para determinar o humor e consequente atitude
de consumidores e empresários: confiança na retomada da economia e rumo da
inflação.
Com
o que já foi divulgado até agora, parece se consolidar o cenário de crescimento
abaixo de 3% em 2013. Em breve, começarão a ganhar mais holofote as projeções
para 2014, ano de eleição presidencial.
Fonte:
Folha.com
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