O
Brasil se defendeu das críticas feitas à sua política comercial durante reunião
nesta quarta-feira (26) na sede da OMC (Organização Mundial do Comércio) na
Suíça. E avisou que também possui sua "lista de pleitos" para cada um
dos países-membros e não se furtará em apresentá-la nos próximos encontros.
As
delegações estão reunidas desde anteontem em Genebra para o exame do novo
relatório da OMC sobre o Brasil.
O
documento, revisado a cada quatro anos, descreve, em quase 200 páginas, a
situação econômica do país e sua política comercial.
A
delegação brasileira, chefiada pelo embaixador Paulo Estivallet de Mesquita,
foi dura ao rebater alguns questionamentos, especialmente os relacionados ao
aumento de tarifas de importação, ponto levantado por diversos parceiros
comerciais do país.
Segundo
o Brasil, "teria sido justo louvar o país pelos diversos segmentos onde a
tarifa foi reduzida" e "se a Rodada Doha tivesse sido concluída, as
tarifas não teriam subido".
A
Rodada Doha, que se arrasta desde 2001, tem como objetivo reduzir as barreiras
comerciais nos 157 países-membros da OMC. Ela deveria ter sido finalizada ainda
em 2006.
Em
seu discurso, o Brasil reconheceu que são necessárias "profundas
melhorias" na infraestrutura do país e nos sistemas de saúde e
educacional. Mas afirmou que o país está trabalhando em todas essas frentes
"ao mesmo tempo" e que nenhuma das tarefas é fácil.
IMPOSTOS E INVESTIMENTOS
O
país argumentou que foram feitos avanços para diminuir a complexidade do
sistema tributário e o alto peso dos impostos, alvo de duras críticas ao longo
do encontro.
Segundo
a delegação brasileira, o governo decidiu mudar sua "tática" ao
enfrentar o problema e, em vez de insistir numa reforma ampla, passou a atuar
com uma abordagem "gradual", o que resultou na redução dos custos de
energia e na desoneração da folha de pagamentos.
O
país afirmou que a legislação vem sendo aprimorada para facilitar investimentos
estrangeiros em infraestrutura, em especial em aeroportos, portos, rodovias e
ferrovias. E citou que, como consequência destes ajustes, o Brasil espera
viabilizar cerca de US$ 30 bilhões em investimentos privados nos portos até
2017.
O
Brasil destacou ainda que, nos últimos dois anos, o governo investiu R$ 557,4
bilhões em infraestrutura e logística e que um montante similar deve ser
desembolsado até o final do ano que vem.
Uma
crítica frequente feita ao país durante a revisão de sua política comercial foi
a burocracia aduaneira que prejudica o comércio exterior.
A
delegação brasileira afirmou que o país vem tomando medidas e culpou as greves
ocorridas no ano passado pelo aumento no prazo médio de desembaraço de
mercadorias na alfândega.
Fonte: Folha.com
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