A presidente Dilma Rousseff disse nesta
quarta-feira (12) que a "situação real" vivida pelo Brasil é de
inflação e contas públicas sob controle em um momento em que a alta dos preços
e a fragilidade da economia começam a afetar sua popularidade.
Em cerimônia de lançamento do programa Minha Casa
Melhor, a presidente aproveitou para atacar aqueles que afirmam que a elevação
dos preços pode fugir ao controle e fez questão de dizer que "não há a
menor hipótese" de seu governo ser leniente com a inflação.
"Não há a menor hipótese, primeiro porque a
inflação não está sem controle, e segundo porque o governo tem todas as
condições para impedir que ela fuja do controle", disse Dilma em discurso
para lançar o programa, que facilita acesso a bens como eletrodomésticos a
beneficiados pelo programa Minha Casa Minha Vida.
Em um momento em que pesquisas de opinião apontam
queda na popularidade da presidente principalmente por conta da alta da
inflação, Dilma foi enfática ao elogiar a atual situação econômica do país.
"É muito importante que o Brasil tenha uma
visão do seu futuro condizente com a situação real que vive e a situação real
que o Brasil vive é inflação sob controle, contas públicas sob controle",
disse.
"Isso significa que quando nós olhamos no
entorno a relação do Brasil com varios componentes que caracterziam os
indicadores macroecoômicos, é muito saudável."
No fim de semana, um levantamento do instituto
Datafolha apontou queda de sete
pontos na popularidade da presidente e, na terça, a tendência
também foi mostrada em pesquisa CNT/MDA.
A queda na popularidade da presidente acontece no
pior momento de seus quase dois anos e meio de governo, com Dilma enfrentando
problemas econômicos e ressentimentos em sua base aliada no Congresso.
Ao rebater os críticos, disse que aqueles que agora
afirmam que a inflação sairá do controle são os mesmos que, no início do ano,
apontavam risco de problemas no abastecimento de energia elétrica e
racionamento, o que a presidente chamou de "leviandade política".
"E leviandade política é grave, porque ela não
afeta uma pessoa, ela afeta o país", disparou.
Rejeitando o
pessimismo
A presidente, que no início da semana fez uma
viagem a Portugal, um dos países mais afetados pela crise econômica na zona do
euro, também lançou mão de um clássico da literatura portuguesa para atacar os
críticos.
Dilma mencionou o personagem conhecido como Velho
do Restelo, da obra "Os Lusíadas", do poeta português Luís de Camões,
que expressava pessimismo com as grandes explorações portuguesas iniciadas no
final do século 15 e que resultaram na descoberta de um novo caminho para as
Índias e na chegada ao Brasil.
"O Velho do Restelo é um personagem que
encontra eco através da história", disse. "Hoje o Velho do Restelo
não pode, não deve e, eu asseguro para vocês, não terá a última palavra no
Brasil."
Fonte: UOL Notícias
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