Alvo da ira de parlamentares petistas e ministros de Dilma
Rousseff por ter rebaixado a nota de crédito do Brasil nesta segunda-feira, 24,
a agência de classificação de risco Standard & Poor's é, curiosamente,
contratada pelo próprio governo brasileiro para fazer essa análise.
Atacada
por tomar "decisão injusta", "avaliação inconsistente" e
"fazer política", a S&P Financial Services mantém contrato de US$
275 mil com a Secretaria do Tesouro Nacional, segundo o portal do Ministério da
Fazenda.
Na
contramão dos mais exaltados na defesa das contas do governo Dilma, a STN diz
em seu site que os contratos com as agências servem para dar "opinião independente"
sobre o risco de crédito (rating) da dívida do País.
Outras
duas importantes agências internacionais de análise de risco, a Fitch Ratings e
a Moody's Investor Service, também são contratadas pelo governo. Até aqui
livres da fúria "anti-rating", ambas ainda não publicaram a revisão
da nota de crédito do Brasil, o que deve ocorrer até junho.
Até o
fim de 2014, o trabalho dessas empresas estrangeiras custará US$ 807 mil aos
cofres públicos, mostram extratos de contratos publicados no Diário Oficial da
União. O criticado rating emitido pelas agências ajuda, segundo explica a STN,
a avaliar a "capacidade e a disposição de um País em honrar, pontual e
integralmente, os pagamentos de sua dívida".
Escalas
O
último contrato entre com a S&P, dispensado de licitação por alegada
"inviabilidade de competição", e com validade de um ano, foi assinado
em 4 de dezembro de 2013. Sob a chancela da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN), a S&P presta "serviços de classificação de risco de
crédito e emissões públicas" em escalas nacional e global para os títulos
brasileiros.
A
renovação com a Fitch, no valor de US$ 232 mil, foi firmada em 29 de novembro
do ano passado. A Moody's assinou contrato em 1º de outubro por US$ 300 mil.
A
despeito das acusações, parte do governo parece levar a sério a opinião das
agências. Na página da STN, estão listadas todas as avaliações feitas pelas
três agências contratadas desde novembro de 1986 para a dívida de longo prazo
do Brasil. Estão lá as 21 elevações das notas de crédito, inclusive a última,
feita pela S&P em 17 de novembro de 2011, sob a gestão Dilma Rousseff.
Fonte: Estadão
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