Enquanto
muitas empresas se esforçam para treinar seus empregados da linha de frente
para se tornarem, pelo menos, gentis com seus clientes, o universo da clientela
quer mais. Muito mais.
Nos
Estados Unidos, de acordo com os estudos de Linda Mercadante, professora
de teologia e pesquisadora da "Methodist Theological School", de
Ohio, mais de 20% dos norte-americanos abandonam a frequência às igrejas e
adotam uma vida que definem como mais espiritualizada.
Se
definem como pessoas espiritualizadas, mas não religiosas. Criam suas próprias
trilhas, em vez de frequentar igrejas e se comprometer com os rituais e com os
relacionamentos interpessoais estimulados pelas estruturas religiosas.
Linda
Mercadante é autora do livro "Belief Without Borders", que poderíamos
traduzir como: "Crença sem fronteiras", e nos ensina como pensam
esses homens e mulheres espiritualizados.
"Eles
estão cansados de serem apenas engrenagens de sistemas e estruturas. Estão
cansados de terem suas identidades reduzidas a códigos burocráticos. Estão
cansados de ter suas aspirações e vivências espirituais controladas ou
negadas", afirma a teóloga.
O que pode
se transformar em novíssimas oportunidades para os empreendedores abrirem
empresas para muito além do convencional sorrisinho amarelo de seus atendentes.
Principalmente,
se o empreendedor é também uma pessoa espiritualizada e concorda com Linda
Mercadante e quer oferecer alternativas para consumidores que a professora
identifica como "cansados de serem apenas engrenagens de sistemas e
estruturas".
Mas
como se preparar para captar a alma espiritualizada de sua clientela? Como
sustentar a venda de uma mercadoria (tão material) para gente que se preocupa
espiritualmente com a vida?
A
oportunidade, claro, será aproveitada por aqueles que resgatarem o respeito
profundo por seus clientes, e souberem captar suas almas espiritualizadas e em
reflexões permanentes.
E se
prepararem para apreender as vontades, atitudes e desejos dos seus consumidores
que se situam para muito além do relacionamento na hora da compra.
Portanto,
antes de inaugurar sua próxima loja, fábrica ou escritório talvez seja adequado
abrir sua alma para suas referências espirituais e buscar se preparar para
entender e atender o nicho espiritualizado do mercado.
Acredito
que não seja uma tarefa fácil. Lidar com almas espiritualizadas, sensíveis e
com a intuição refinadíssima, exige muito mais do que tapinhas nas costas e um
pós-venda moderninho.
Porque
esse pessoal está cansado das mesmices e dificilmente aceitará discursos
oportunistas de venda. Mas saberá recompensar, com sua nova fé, os
empreendedores que entrarem em sintonia com sua espiritualidade.
E serem
capazes de transformar suas empresas na antessala de um novo reino dos céus de
oportunidades que se abre, ao iniciar, desde a inauguração, o plantio da boa
semente.
Como
nos ensina o Apóstolo Mateus (Capítulo 13, versículo 24): "O reino dos
céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo".
Fonte: UOL Economia
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