A
arrecadação federal somou 83,137 bilhões de reais em fevereiro, recorde para
esses meses mas abaixo do esperado pelos analistas, refletindo o impacto
elevado de desonerações e forte queda em tributos vinculados ao lucro das
empresas.
Em
fevereiro, a receita com impostos e contribuições teve alta real de 3,44 por
cento sobre um ano antes, informou a Receita Federal nesta terça-feira.
Pesquisa
Reuters feita com analistas do mercado mostrou que a mediana das expectativas
era de que a arrecadação somaria 86 bilhões de reais no mês passado.
Pesou
negativamente no mês as renúncias de receitas de 8,7 bilhões de reais
decorrentes de desonerações tributárias e a redução de 29,7 por cento na
arrecadação conjunta do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) relativa à estimativa mensal de ganhos das
empresas.
No dois
primeiros meses do ano, o recolhimento de tributos soma 206,804 bilhões de
reais, com alta real de 1,91 por cento em comparação a igual período de 2013.
As
contas públicas estão sendo acompanhadas com lupa neste ano, diante do esforço
do governo em melhorar a confiança dos agentes econômicos, abalada nos últimos
anos pela condução da política fiscal.
O
governo já ajustou a meta de superávit primário --economia para pagamento de
juros da dívida-- deste ano a 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento
do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado.
Para
dar conta de suas despesas, elevadas em 4 bilhões de reais neste ano por conta
dos gastos com o setor energético via Tesouro, o governo decidiu que fará
aumentos de tributos e reabrirá o Refis (refinanciamento de dívidas
tributárias) para empresas com tributos vencidos em 2013 e não pagos.
Na
segunda-feira a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou
o rating soberano do Brasil, citando a deterioração das contas públicas, em um
revés para a presidente Dilma Rousseff, que vai tentar a reeleição e cujos
esforços para gerar maior crescimento levaram a uma deterioração das finanças
do país.
Fonte: REUTERS
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