Normalmente,
quando se discute empreendedorismo, a questão do dinheiro é abordada apenas no
que se refere às necessidades de levantamento de capital para iniciar o novo
negócio ou para etapas subsequentes.
Usualmente
mencionam-se o aporte de capital próprio, de familiares e amigos e, até, de
fornecedores. Para as etapas iniciais citam-se fontes de capital semente, os
investidores anjo, e para fases mais avançadas as possibilidades de levantar
capital de risco.
Isto
sem contar com os empréstimos e financiamentos bancários e tipos de
financiamento do Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Entretanto,
quando se verificam razões de insucesso e de fechamento de negócios, a gestão
financeira aparece como um dos fatores de dificuldade. Certamente que esta
dificuldade pode refletir como o empreendedor se relaciona com o dinheiro na
sua vida pessoal. Afinal, como lida e qual o papel e a prioridade dados a este
recurso?
No que
tange à importância do dinheiro como impulsionador para a abertura do negócio,
há um bom debate. Popularmente se acha que a ambição financeira seja o grande
motivo por trás dos esforços empreendedores.
No
entanto, pesquisas antigas e recentes apontam que o dinheiro não ocuparia esta
relevância. É importante, mas se situa abaixo de outros motivos que seriam mais
relevantes para os empreendedores. E, comparativamente aos não empreendedores,
dariam ao dinheiro o mesmo grau de importância.
Se não
fosse assim, como explicar que persistam ante fracos resultados ou resista nas
crises ou em início de ano? Ou fora de estação ou temporada? Ou que coloquem
capital próprio para fazer o negócio continuar? Otimismo talvez explique, mas
associado a outros motivadores como independência, inovação, desafio e oferecer
algo importante.
Seja
como for, o importante é que o empreendedor se conscientize sobre a importância
que atribui ao dinheiro e à acumulação de riqueza, frente a suas outras razões.
E, mas ainda, como se relaciona com ele.
Será
que você é daqueles despreocupados –não sabe o que vai entrar, os compromissos
a vencer e a situação no período? Mas acha que tem faro para o negócio e vai
encontrar uma forma de obter lucro rapidamente?
E,
gosta da emoção de se virar para encontrar a solução e agir rapidamente para
aproveitar as oportunidades, para vender e para comprar, seguindo seus
"palpites"?
Assim,
você não teme e tampouco avalia bem os riscos. Se for o caso, arranja um
empréstimo, usa o limite especial ou até o cartão de crédito? E, mistura as
contas da empresa com as pessoais?
Neste
caso, a disciplina passa longe de você. Não quer saber de planilhas, de
previsões, de ver o quanto paga de juros e muito menos de estabelecer objetivos
financeiros para a empresa e para si mesmo. Poupar não é o seu forte, e pensar
a longo prazo, menos ainda! Mas, deseja viver no presente e no futuro de forma
confortável!
Ou será
que seu estilo é de achar que o dinheiro não é prioritário e que seu papel é de
ajudar as pessoas e o mundo a ser e viver melhor? Afinal, o que vale é ajudar
os que necessitam, e acumular riqueza pessoal não é a razão de sua existência.
Por consequência, também não se interessa pelas questões financeiras.
Mas,
isto afeta o seu negócio, pois você se descuida de saber como estão os rumos e
a saúde do negócio. E, não gosta de se arriscar, prefere as soluções mais
seguras. Deste modo perde oportunidades interessantes, pois nem quer
avaliá-las. Assim, não estabelece metas para sua vida e seu futuro, também não
o faz com a sua empresa.
Você
pode ser o oposto dos dois anteriores, e prezar a segurança
econômico-financeira. Você é disciplinado e organiza tudo, objetos a pessoas, e
também os recursos. Planeja o que vai fazer e mede seus passos. Investiga com
cuidado a situação, as opções à mão e sua decisão tende a ser conservadora.
Deste
modo, coloca-se metas financeiras, poupa, investe seguramente, tanto no plano
pessoal quanto no da empresa. Percebe que quanto mais específicas forem suas
metas, mais se sente motivado a segui-las à risca, sempre pelo caminho seguro.
Outro
estilo pode ser aquele que se pauta por um conhecimento aprofundado dos fatos,
das opções financeiras, e que prefere tomar decisões racionalmente, de modo frio.
Consegue se controlar e não se deixa levar por euforias e nervosismo do
mercado.
Novas
possibilidades e oportunidades o motivam, mas tem de avaliá-los criticamente e
com calma. Define estratégias complexas, e deste modo sente que pode obter
resultados melhores que a média do mercado.
Seja
qual for o seu estilo: o autoconhecimento é importante, bem como reconhecer o
estilo de seus sócios ou principais gestores. Sinal de alerta deve ser dado se
forem iguais. Mas, eles podem se contrapor ao seu e servir de equilíbrio, desde
que uma forma de convívio possa ser alcançada, para o bem do negócio e dos
empreendedores.
Fonte: UOL Notícias
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