O
governo deve adiar, mais uma vez, o início das punições para empresas que não
informarem, na nota fiscal, os impostos pagos pelo consumidor. As multas
deveriam começar a ser aplicadas na próxima segunda-feira (9).
Se
confirmado, esse será o segundo adiamento. A Lei 12.741/2012 entrou em vigor em
10 de junho do ano passado, mas, no primeiro ano de vigência, quem descumpriu
as regras não foi multado, apenas orientado pelos Procons.
Em
audiência realizada nesta quinta-feira (5) na Câmara dos Deputados, em Brasília
(DF), o assessor jurídico da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da
Presidência da República, José Levi do Amaral Júnior, disse aos deputados da
Comissão de Finanças e Tributação que a aplicação de penalidades deverá ser
adiada mais uma vez.
Segundo
Amaral Júnior, a regulamentação sobre o assunto, que será editada em breve pelo
governo, deverá determinar como será discriminado o total de impostos pagos aos
governos federal, estaduais e municipais.
Ele
afirmou, ainda, que os microempreendedores individuais (que faturam até R$ 60
mil por ano) não serão obrigados a cumprir a lei. As micro e pequenas empresas
terão a obrigação apenas de discriminar a alíquota que pagaram pelo produto ou
serviço.
Para as
demais empresas, o governo deverá exigir que, no cálculo da carga total de
tributos, sejam levados em conta as isenções e os benefícios tributários
recebidos.
Comércio
pedia novo adiamento
O novo
adiamento vinha sendo pedido pelo comércio diante da falta de regulamentação do
assunto. A lei diz, por exemplo, que o comércio tem de discriminar o imposto na
nota fiscal, mas também fala que a informação pode ser colocada em cartazes ou
livros que fiquem à disposição do consumidor.
"É
possível colocar a informação apenas no cartaz, então? A Fecomercio entende que
sim. Mas isso não está claro", diz Ana Paula Locoseli, assessora jurídica
da Fecomercio-SP.
Segundo
ela, a legislação também não é clara ao falar que é preciso informar o
"valor aproximado" de tributos embutidos no preço do produto.
"Quão aproximado deve ser esse valor? Isso precisa ficar mais claro",
diz a advogada, que também defende um tratamento diferenciado para micro e
pequenas empresas.
No ano passado, antes mesmo de a lei entrar em vigor, grandes
varejistascomeçaram a informar a quantidade de
impostos na nota. De acordo com Ana Paula Locoselli, porém, as empresas menores
não fizeram isso por falta de tecnologia e orientação.
Fonte: UOL Notícias
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