Um tipo
diferente de programa de fidelidade tem conquistado espaço na internet
brasileira. São os chamados programas de cashback (algo como "dinheiro de
volta", em inglês), que prometem devolver, para o consumidor, uma parte do
que ele gasta em lojas online.
Nos
programas de fidelidade tradicionais, oferecidos por cartões de crédito, o
consumidor junta pontos em suas compras e, mais tarde, pode trocá-los por
produtos ou serviços determinados pelas administradoras. É preciso juntar
milhares de pontos para ganhar uma viagem de avião nacional, por exemplo.
Nos
programas de cashback, o consumidor que faz compras pela internet, usando
qualquer meio de pagamento, recebe de volta uma parte do que pagou (sem incluir
o frete).
"Em
vez de pontos, oferecemos dinheiro na conta bancária do cliente. Isso acaba com
a burocracia dos programas de milhagem", diz Israel Salmen, fundador do
Meliuz, um programa de cashback criado em 2011.
Entenda
como funcionam os programas de cashback
Para
ter o benefício, o consumidor precisa, primeiro, se cadastrar no site de um
programa de cashback. Por meio desse site, ele entra numa loja virtual parceira
e faz a compra que desejar.
Depois
que a compra é finalizada e o pagamento, confirmado, o cliente recebe um e-mail
do programa de cashback informando o valor a que ele tem direito.
A
partir daí, o consumidor precisa fazer várias compras (em qualquer loja
parceira) até alcançar um limite mínimo determinado por cada programa. Só
quando atingir esse limite é que o cliente recebe o dinheiro de volta por meio
de depósito em conta corrente. Esse mínimo costuma variar de R$ 20 a R$ 30.
As
parcerias dos sites de cashback com as lojas virtuais funcionam por meio de
comissões. "A loja me paga uma comissão pelo fato de o consumidor chegar a
ela pelo meu site. Eu fico com uma parte dessa comissão e devolvo a outra para
o próprio consumidor", diz Luís Augusto Barros, fundador do Retorna,
criado há cerca de dois meses.
Valor
é depositado na conta corrente do consumidor
Quem se
cadastra no Retorna pode fazer compra em mais de 100 lojas parceiras, como Fast
Shop, Marisa, Netshoes, Sephora e Submarino. O valor a que o consumidor tem
direito de receber varia de acordo com a loja, ficando entre 3% e 11%.
No caso
do Retorna, só é possível receber o dinheiro de volta quando o extrato chegar a
R$ 30. O pagamento é feito por meio de depósito em conta corrente.
Num
teste feito na semana passada, ao comprar uma calça esportiva no valor de R$
109,90 na Netshoes por meio do Retorna, o extrato informou que o consumidor
teria direito a R$ 4,95 de volta. Isso dá 4,5% do valor total pago pelo
produto.
O
Meliuz tem mais de 1.200 parceiros, como Centauro, Casas Bahia, Dafiti, Extra,
Magazine Luiza e Saraiva. O site devolve de 0,5% a 20% do valor gasto pelo
consumidor. Quando o extrato do cliente no Meliuz atinge R$ 20, o dinheiro é
depositado em sua conta.
O
programa também fornece, aos consumidores cadastrados, cupons de desconto para
algumas das lojas parceiras. Na Centauro, por exemplo, o Meliuz está dando 30%
em cupom de desconto e devolvendo 10% do valor de uma camiseta da seleção
brasileira.
Para
economista, há vantagens e desvantagens
Para o
economista Samy Dana, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), programas do
tipo são, de maneira geral, vantajosos. "Eles são interessantes porque o
consumidor consegue saber exatamente quanto vai receber de volta, o que não acontece
com clareza nos programas de fidelidade tradicionais", afirma.
Mas, do
ponto de vista prático, o economista diz que a vantagem financeira é muito
pequena. "Se o consumidor já ia fazer a compra na loja que é parceira do
site de cashback, compensa. Mas pode ser que ele encontre o mesmo produto mais
barato em outro site, e essa diferença pode acabar sendo mais interessante
financeiramente do que o cashback", alerta Dana.
Fonte: UOL Notícias
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