Na
maioria das vezes que o empreendedor inicia um novo negócio tem como referência
principal sua vivência como empregado. Terá mais chances de ser bem sucedido se
deixar para trás os vícios de subordinação a hierarquias da organização que o
contratava e ser capaz de mobilizar suas energias criativas para criar, de
verdade, a melhor empresa do Brasil ou do mundo no seu nicho de mercado.
Com o
tempo aprende a assumir riscos, a contagiar parceiros com sua visão de negócio.
E consegue atingir um parâmetro de renda igual ou superior aos empregos
anteriores. Agregando, de quebra, uma satisfação pessoal e emocional por ter se
tornado um vencedor.
E é aí
que mora o perigo de decadência do novo negócio. E que podemos superar se
aprendermos a olhar para a nova empresa a médio e longo prazos.
Essa
aparente vitória gera muito mais do que zonas de conforto. Traz para o
cotidiano do empreendedor uma agenda atribulada com reuniões, eventos e
preocupações com a burocracia da empresa.
Toda a
energia criativa anterior se evapora em ocupações que aparentemente têm a ver
com o empreendimento, mas que deixam de fora a essência do negócio que deveria
ser crescer e gerar ganhos, ampliar a participação no mercado local e regional.
E manter, sempre, a ambição inicial de se criar a "melhor empresa do Brasil
ou do mundo".
Mas
depois de dez, doze, quinze anos o que temos, em muitos casos, são empresas que
são "Pessoas Jurídicas" disfarçadas. Com custos fixos altíssimos e
ambição baixíssima.
Ocupando
um quadro de funcionários que também se embaralha com agendas aleatórias, sem
tê-los a motivar a ambição de ocupar um lugar na economia nacional ou global,
por exemplo.
O
empreendimento, criado com tanto esforço, inicia, então, uma lenta e silenciosa
decadência. Enquanto mantém em banho-maria as referências de um mercado que
eventualmente chamará a atenção de outros empreendedores (de dentro ou de fora
do país) mais agressivos.
Essa
situação, eventualmente, pode gerar aqui e ali alguns sustos e alertas que se
for percebido a tempo pelo empreendedor o ajudará a resgatar a agressividade
inicial, a deixar para trás as referencias de empregado ou de "empresa
PJ", e transformar sua organização numa agressiva empresa em que o mercado
global é o limite.
Ou,
sobreviver, até com um bom padrão de vida, até que novas e agressivas empresas
cheguem e se alimentem do mercado que o empreendedor ajudou a consolidar, com
tanto esforço.
Fonte: UOL Notícias
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