Antes de decidir por eventuais aplicações, pequenos empreendedores
precisam descobrir se os recursos disponíveis são, de fato, sobras que não
farão falta ao negócio. Se não são, por exemplo, capital de giro.
"É preciso entender bem o
que é essa sobra. Nas pequenas, é muito difícil ter sobra", afirma o
professor de finanças do Ibmec, José Kobori.
Um segundo passo, segundo os
consultores, é identificar se o montante destinado à aplicação não poderia ser
reinvestido no negócio -tanto na estrutura como em capital de giro (que
permitam elevar estoques para ganhar competitividade, por exemplo).
Investimentos financeiros
surgiriam apenas após essas duas etapas, ou nos casos em que é preciso somar
recursos para fazer eventuais reformas.
Para as sobras
"reais", Kobori vê como alternativa fundos de investimento que
apliquem a maior parte em títulos do governo, com baixo risco.
O educador financeiro Walter
Police indica os CDBs (Certificado de Depósito Bancário), que têm a mesma
garantia da poupança -até R$ 250 mil pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
"Falta conhecimento sobre
o valor do dinheiro no tempo. Eles [os empreendedores] ficam na gestão do
hoje", afirma a professora da Fundação Dom Cabral, Virginia Isabel
Oliveira, que também é dona de uma loja.
No Sebrae, a procura por conselhos financeiros em geral acontece
quando há aperto, não quando há sobras, como quando é preciso fazer um
empréstimo. Dos poucos casos que atendeu, o consultor João Carlos Natal, lembra
de dois empreendedores que aplicaram dinheiro da empresa em títulos de
capitalização e em previdência privada.
"É um indício de que a
gente precisa investir em educação financeira", diz Police.
Uma saída para evitar custos
com consultoria, quando há sobras, é que os donos procurem qualificação em
cursos de finanças. Outro caminho é propor a um consultor a remuneração pela
eficiência que ele atingir
Fonte: UOL Economia
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