O número de empresas com alto crescimento no Brasil subiu em 2011
em relação ao total de empresas ativas, para 0,8%, contra 0,7% em 2010, mostrou
um estudo do IBGE divulgado nesta segunda-feira (18).
São consideradas empresas de
alto crescimento aquelas que aumentaram em 20% ao ano ou mais o número de
empregados, por um período de três anos. Elas são divididas nas que cresceram
por contratações, chamadas de empresas de alto crescimento orgânico, e as que
cresceram por fusões ou aquisições, as empresas com crescimento externo.
Os dados constam na pesquisa
estatística do IBGE sobre o empreendedorismo em 2011, que compara o desempenho
desse ano com os ocorridos em 2009 e 2010.
Em 2011, o Brasil tinha
4.538.347 de empresas ativas, sendo que 49% desse total tinham pelo menos um
pessoa ocupada assalariada, enquanto 10% tinham 10 ou mais pessoas ocupadas
assalariadas.
O número de empresas com alto
crescimento atingiu 34.528 em 2011, 0,8% do total de empresas do país e 7,7% do
total de empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas. O número é 3,6% maior do que
no ano anterior e 11,6% superior na comparação com 2009.
Entre 2009 e 2011, essas
empresas apresentaram um crescimento médio de pessoal ocupado da ordem de
171,8%, gerando 2,8 milhões de empregos, ou 48,5% das vagas criadas pelas
empresas ativas no país.
O resultado porém é menor do
que no triênio anterior, quando o pessoal ocupado cresceu 173,5%. A queda é
explicada pelo IBGE pelo comportamento do PIB (Produto Interno Bruto) no mesmo
período, que subiu 4,6% entre 2007 e 2010 e 3,8% entre 2008 e 2011.
O número de empresas de alto
crescimento orgânico subiu para 34.106 em 2011, contra 33.320 em 2010 e 30.935
em 2009, enquanto as de alto crescimento externo somaram 422 empresas em 2011,
contra 457 em 2010 e 248 em 2009.
Apesar do número ser
expressivamente inferior ao total de empresas ativas do país, as empresas de
alto crescimento se destacam pela capacidade de geração de emprego, informou o
IBGE.
ARTE EM ALTA
Os setores de arte, cultura,
esporte e recreação cresceram em participação entre as empresas de alto
crescimento orgânico no triênio da pesquisa, aumentando seu peso de 4,9% (2009)
para 5,6% (2011).
O peso das empresas do setor de
educação pulou de 6,2% para 6,8% na mesma comparação, e o setor de água, esgoto
e gestão de resíduos subiu de 9,1% para 9,7%. A indústria extrativa, onde se
encaixa o setor de petróleo e mineração, cresceu de 9,8% em 2009 para 10,1% em
2011.
Em contrapartida, doze de 19
setores pesquisados apresentaram redução de representatividade nessas empresas.
O setor de construção lidera
essa queda, com menos 2,2 pontos percentuais em 2011 e relação a 2009, caindo
para uma participação de 12,6%, ante 14,8% há dois anos.
Agricultura, pecuária, produção
florestal, pesca e aquicultura (6,9%) também recuaram em relação há dois anos,
perdendo um ponto percentual contra a participação entre as empresas de alto
crescimento orgânico que tinham em 2009 (7,9%).
VALOR ADICIONADO
Em 2011, as empresas ativas com
pelo menos dez empregados geraram R$ 1,5 trilhão em valor adicionado bruto
(renda gerada pelos bens e serviços, excluídos os custos de produção e os
impostos). Em 2010 esse valor foi de R$ 1,3 trilhão.
Desse valor, R$ 201,5 bilhões
foram gerados por empresas com alto crescimento orgânico, ou 13,4% do total. Na
pesquisa anterior, referente a 2010, essas empresas representavam 15,1% deste
valor, com R$ 200 bilhões. A participação maior diante de um volume de recursos
menor se deve ao fato do número de empresas ativas terem crescido.
O setor de Serviços se destacou
em 2011, segundo o IBGE, representando 30,7% do valor gerado entre as empresas
com alto crescimento orgânico, seguido pela Indústria, com 29,1%. O setor de
Construção teve um comportamento bem distinto, segundo o IBGE, com geração de
28,7% do valor adicionado bruto, contra 32,3% no ano anterior.
As empresas com alto
crescimento orgânico pagaram R$ 75,8 bilhões em salários e outras remunerações
em 2011, ou 11,5% do total pago pelo conjunto de empresas ativas com pessoal
ocupado assalariado no país.
Fonte: Folha.com
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