Analistas de mercado e economistas esperam uma pressão mais forte
da inflação neste ano em relação a 2013.
No ano passado, o índice
oficial de preços, IPCA, fechou acima do previsto e frustrou a meta informal do
governo de entregar inflação abaixo do ano anterior. A expectativa é que o
índice avance mais em 2014, para 6%, se aproximando ainda mais do teto da meta
do governo, de 6,5%.
A previsão consta de
levantamento do Banco Central com cerca de cem instituições financeiras, o
boletim Focus, divulgado semanalmente. No último levantamento, os analistas
esperavam uma inflação de 5,97% neste ano.
O IBGE divulgou na última
semana que o IPCA de 2013 ficou em 5,91%, acima do ano
anterior, impactado sobretudo pelos alimentos.
Os sinais de maior pressão
neste ano ficaram evidentes no resultado de dezembro. Foi o maior índice para o
mês desde 2002, com impactos da gasolina, passagens aéreas e uma tendência de
nova aceleração no preço dos alimentos.
Para a previsão de 2014, os
analistas levam em conta o reajuste no grupo dos preços administrados. O
governo se esforçou para manter inalteradas as tarifas sobre as quais têm
controle para evitar uma alta mais expressiva da inflação. Boa parte delas deve
subir neste ano.
Estão nessa categoria a energia
elétrica, tarifa de ônibus e combustível. Os três foram contidos por ações do
governo no ano passado.
Apesar da piora no cenário de
inflação, não há previsão de um ajuste mais acentuado nos juros na primeira
reunião do Banco Central. Os analistas esperam uma elevação de 0,25 pontos
percentuais em janeiro e outra em igual nível para fevereiro. O Copom (Comitê
de Política Monetária), responsável pela decisão, se reúne nesta quarta-feira.
A Selic, taxa básica de juros,
está hoje em 10%. Para os economistas, a taxa deve terminar o ano em 10,5%,
projeção que vem se mantendo estável há mais de dois meses.
Houve leve melhora na previsão
de crescimento para o ano. A expectativa é que a economia avance 1,99%, ante
1,96% na última semana.
Pela primeira vez, o boletim
mostrou dados para o próximo ano. Ainda que distante do período e com grandes
chances de alterações relevantes nas previsões, o cenário é de relativa melhora
da economia brasileira.
Com um câmbio mais ou menos no
mesmo patamar que 2014, em cerca de R$ 2,50, e uma taxa de juros em 11,5%, o
país cresceria 3%, com uma inflação de 5,5%, segundo o cenário traçado pelos
economistas.
Fonte: Folha.com
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